segunda-feira, 29 de maio de 2017

Diário GforC - 9ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

9ª Semana
03 a 07 de maio

Bom, cheguei pela manhã em Floripa e peguei uma UBER até em casa. Daí lavei minhas roupas, estudei alemão, aguei minhas plantinhas e dei uma organizada no apê. A tarde teve vivência teatral com a Companhia Circar, na cabana deles, e foi bem legal. O diretor deles é meu professor de criação, e eles vão estrear essa semana, dia 01/junho, com o espetáculo "Iminência do Agora", se alguém de Floripa quiser ir ver, segue o link - https://www.facebook.com/events/422693924764293/. A gurizada é empenhada, vale a pena! Depois do ensaio, conheci o apê da Mayla, e depois fui fazer compras. Em casa, assei uma pizza enquanto descarregava e guardava as compras. Comi a pizza, acompanhada de um bom vinho e de um ótimo som, Ben Harper na vitrola. Ainda antes de dormir, fiz chá de maçã, receita da vovó, e doce com a maçã que sobrara. 

Na quinta cedo eu limpei meu carro, fiz uma super salada no almoço e fui ao JUSC para o meu primeiro voô no Trapézio Voador. Subi as escadas sem expectativas, mas quando alcancei a plataforma, tremi as bases. O Felipe colocou as lines - equipamento de segurança para vôos - no meu cinto, me segurou por ele e pediu que eu colocasse a primeira mão na barra. Até aí foi, mas o travamento aconteceu com a ordem de colocar a segunda mão, aí eu não conseguia tirar a bendita mão de jeito nenhum. Durante 5 minutos, chorei, desisti várias vezes, e tive uma boa conversa com o Felipe. Foi quando eu chamei Deus pra ir comigo, e me larguei, vencendo todo aquele medo que me afligia e quase me impediu de viver uma das coisas mais gostosas de toda a minha vida. A partir do segundo voo, não sem medo, eu me diverti muito, curti muito o friozinho na barriga, e as figuras que tinha que criar com o corpo. Não tenho palavras pra dizer o quanto isso é uma superação e uma alegria na minha vida! Lembro de ver trapezistas voando em alguns circos e ter uma imagem tão longe e inalcançável dessa modalidade, como algo do qual eu nunca iria me aproximar. E de repente, eu voei. Voei no trapézio voador, igualzinho aos heróis da infância, aqueles homens e mulheres maravilhosos cheios de coragem. De repente, eu. De repente, maravilhosa e cheia de coragem. Eu, maravilhosa e cheia de coragem. Gratidão transborda em meu coração. À Deus e às pessoas que não pouparam coração pra me dar incentivo e coragem: Felipe, Júlia, Vini, Duh, Vic, obrigada gente!! Depois da aula de vôos, eu fui ao cinema, assistir <3 assistir="" aula="" b="" cinema="" da="" de="" fui="" o="" os="" para="" v="">A Cabana. Já era fã da história, que foi o primeiro livro que meu querido pai leu, quando o ganhou de presente de mim, e também foi transformado pela história, assim como eu. Mas a versão dos cinemas trouxe um refresco enorme, uma reflexão pura e forte através das imagens. Recomendo a todos! Uma história sobre Deus, perdão, força e amizade. Vai muito além disso, mas só assistindo pra sentir. Bom filme, amigos! Comentem comigo depois.

Na sexta eu ajudei a Milena, amiga da Fhop, com sua mudança. Carregamos tudo perto da UFSC e descarregamos tudo nos Ingleses, e foi um grande prazer fazer parte dessa corrente do bem. Tivemos dinâmicas teatrais com o Suga no gramado do JUSC a tarde, e a noite fui com as meninas da Fhop na igreja Mais de Cristo (http://www.maisdecristo.com.br/), uma Assembleia de Deus muito boa lá no continente. Fomos ver uma das peças do Jeová Nissi, grupo de teatro cristão que eu sempre ouvi falar, mas nunca tive curiosidade, até ser surpreendida com a qualidade do trabalho deles nesse dia. O teatro foi incrível, falava sobre relacionamento, mas o mais espetacular foi conhecer todo o trabalho do grupo pelos vídeos e falas dos artistas. Através da arte, escolas, resgate de meninas na África, Índia, esse pessoal realmente vive  o Reino de Deus na Terra. http://www.cianissi.com/ - o link é esse, caso você tenha ficado curioso! A galera é top de linha, muito compromissada, talentosa, e sim, deu aquela coceirona no coração, e a partir desse dia, eles e a possibilidade de fazer parte do grupo, não saem de minhas orações. Fui para casa impactada.

No sábado cedo curti uma preguiça, limpei a casa, li bastante e tive um momento intenso de oração pela Índia. Também, sem nem ter pensado nisso, só lembrando das imagens do dia anterior, eu abri meu Youtube e tinha uma sugestão de uma banda de folk indiano com o nome da cidade onde o Jeová Nissi tem o trabalho na Índia. Ao clicar play, a primeira música começava com uma repetição das sílabas do meu nome. Se você duvida ou quer ouvir com os próprios ouvidos, clica aqui - https://www.youtube.com/watch?v=6nUCHw40j1o&list=FLvfAfH5aPVKaS9wbQ62_aRQ. Depois disso foi só choro e oração. Pisei em terras e penetrei corações indianos nessa tarde, sem dúvida alguma. No final da tarde, fui à Praia do Forte, um dos lugares mais lindos que já conheci aqui, com a Mayla e a Jennifer, tomar chimarrão e compartilhar ideias profundas a respeito da vida. Foi um tempo de excelência com essas duas, que companhias agradáveis! De lá, tomamos um café e fomos ao Circo da Dona Bilica, no Morro das Pedras, sul da ilha, pra ver o espetáculo dos Irmãos Sabatino, de SP. O circo é uma graça, uma estrutura incrível, quase beira-mar, com banheiros, restaurante, café, lojinha e uma pseudo-lona muito aconchegante, além de idealizadores sem igual, super queridos (https://www.circodonabilica.com.br/)!! Pra continuar os elogios, tenho que falar do espetáculo VaiQueEuVôo, dos Irmãos Sabatino (http://irmaossabatino.com.br/espetaculos/vaiqueuvoo/), em que os meninos são aviadores atrapalhados. Um número tecnicamente impecável, engraçado de um jeito muito acolhedor e fofo, e costuradinho, com a energia mantida o tempo todo pela música ao vivo vinda das mãos e do coração de um rapaz muito sorridente, que abraça de verdade! Gente, que número gostoso de assistir, de participar! Nota dez! Quando eu tiver um número, quero um que cause o amor que este me causou! Coisa linda!! Pra fechar a noite com chave de ouro, eu comi uma tortilla espanhola, que tinha na cantina do circo, relembrando os bons tempos na Espanha. Gostinho de saudade!

No domingo eu fui no culto da Fhop com as meninas, e a pregação do Pastor Dwaine foi simplesmente sensacional! Foi baseada em algum texto do livro de Josué, e falava sobre a grandeza de Deus, citando galáxias, estrelas, universos... e como nosso medo não faz o menor sentido perante a infinitude do nosso Pai. Almoçamos juntas, compartilhando as reflexões que a palavra havia nos trazido, além de combinarmos viagens, discutirmos conceitos, etc, etc, aproveitando que nossos planos haviam sido frustrados devido à chuva que caiu a tarde toda. Quando a chuva deu uma trégua e resolvemos ir ver o pôr-do-Sol, tivemos uma desagradável surpresa ao perceber que meu carro havia ficado preso no estacionamento da igreja. Não tinha mais ninguém lá, e o portão estava trancado. Rimos, mas de nervoso, e começamos a saga de achar alguém que tinha o controle, e até ligar na empresa nacional de segurança, nós ligamos. Acabou que, após um tempo esperando, e tendo que comprar uma água de cocô para poder sentar na lanchonete do Posto de Gasolina, um dos rapazes responsáveis pelo estacionamento, veio nos salvar. Com o rabinho entre as pernas, morrendo de vergonha da situação, eu agradeci muito a disposição dele. De lá, fomos conhecer a casa da Gabriela, e depois fomos todas pra casa, descansar. Foi um dia precioso! Vou lembrar da nossa viagem pra Minas em setembro, ein gurias?!



















sábado, 20 de maio de 2017

Diário GforC - 8ª Semana/2

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

8ª Semana
28 abril - 02 de maio

Na sexta de madrugada, passando por Passo Fundo, a temperatura indicava 4ºC, e todas as graminhas lá fora estavam debaixo de gelo, enquanto fumacinhas geladas subiam dos lagos. Chegando em Panambi, o vovô Geraldo veio me buscar, depois de buscar o Fábio, meu primo que estuda agronomia em Maringá. Abracei os dois, daquele jeito meio sem jeito. Faço questão de apertar quando percebo a hesitação característica desses gaúchos em abraçar. Chegamos, enfim, à casa da vovó, sempre com aquele cheiro maravilhoso, incomparável, e aquele aconchego quentinho, enquanto tudo lá fora estava frio. Dei um longo abraço nela, conversamos no hall de entrada, tomando chimarrão, e logo era hora do almoço. Após o almoço, me arrumei pra ir na consulta médica da vovó, em Cruz Alta. O tio Daniel nos levou. Chegamos antes das 15hs e o médico da vovó só atendeu ela depois das 18hs. Nesse tempo, conversamos bastante, e ficamos entediados de tanto esperar. Felizmente, o consultório era sensacional na decoração, tinha várias revistas e até vídeos a secretária passou pra assistirmos. Quando tive fome, procurei a cafeteria do hospital e comprovei aquilo que já imaginava, que as cafeterias de hospitais são incríveis!! Comi um pão de espinafre com requeijão, delicioso, acompanhado de um cappuccino. Depois do atendimento, fomos pra casa, jantamos e fomos dormir cedo.

Amo a casa da vovó, e quando estou lá, meu ritmo se adequa ao ritmo dela. Dessa vez, foi bem lento, já que a vó estava se recuperando de uma internação. A acompanhei todos os dias no hall de entrada da casa, a tomar chimarrão, chás, e fazer crochê, ou tricô, não sei bem o nome daquele afazer que ela tanto gosta. Desacelerar foi a ordem, e eu segui com muito gosto! No sábado, depois da rotina da manhã, e de brincar com minhas primas pequenas, a Marli serviu pastéizinhos de queijo, que não existem em nenhum outro lugar, iguais aos que comemos ali na casa da vovó. São deliciosos! Marli é a moça que cuida da vó todos os dias, faz comida, se preocupa e a escuta, o que é mais importante. Ela faz parte da família, e é uma amigona. Junto aos pastéis, foram servidas batatas fritas sem óleo, vindas de dentro daquela máquina airfryer, olha que modernidade! Almoçamos com bastante gente à mesa, já que os primos e tios que moram perto se juntaram a nós. Descansei um pouco, e a tarde fomos pescar no açude da Santa Isabel, a fazenda onde fica o carrossel e as vaquinhas de leite. As pequenas logo cansaram e foram fazer fogueiras e barracas com gravetos, enquanto nós, maiores, não nos cansávamos de colocar minhocas e puxar lambaris, carás e até uns peixes maiores que não me lembro os nomes. Em meio à pescaria, pude conversar um pouco com meus primos Fábio e Malu, sobre questões familiares, futuro, profissão, anseios, etc. Creio que tenha sido a primeira vez que pudemos conversar sobre isso. Quando cansamos, recolhemos as tralhas, comemos salgadinhos, e ajudei as pequenas com os gravetos. O campo de fenos enrolados no plástico se tornaram diversão, enquanto pulávamos por cima deles ao pôr-do-Sol, gravando boomerangs. Em casa, a tia Nica, que havia nos acompanhado na pescaria, fritou os peixinhos e comemos como aperitivo, já que tínhamos marcado de sair a noite. Fomos a um restaurante chamado Farfalle, onde tive a oportunidade de provar massas incríveis e diferentes das que conheço, por um preço muito acessível. Foi uma noite agradável entre primos e tios, e, mesmo que eu tenha ficado no cantinho da mesa, meu olhar descansava naquele momento de satisfação. Família! Nessa noite, fui pra casa da tia Nica brincar com as meninas até tarde, e dormi por lá, dividindo a cama com a Dominique.

Domingo é dia de churrasco, e o vovô se levantou cedo pra colocar a carne na churrasqueira. Quando cheguei na casa da vovó, já estavam todos preparando os detalhes pra receber todo mundo à mesa. A vovó até passou um pouquinho mal quando viu que estaríamos todos reunidos, mas ela descansou e ficou bem logo. Oramos, todos à mesa, em gratidão a Jesus pela família e pela refeição. Vem carninha, vai carninha, e lá estamos nós, comendo o melhor churrasco do mundo. Sentei na mesa com as crianças, como sempre, e assim enchemos todos os lugares, passando bandejas de maionese da vó, salada verde, farofa, arroz, garrafas de coca, suco de morango e chá de maçã, pra lá e pra cá, e sendo muito bem servidos com costela e carneirinho, pelo vovô Geraldo. Daí vieram as bandejas de sobremesa, com pudim, manjar de morango, sagu e picolés. Depois do almoço fui com a tia Déia e a Malu na AVOCAP, uma instituição que abriga crianças afastadas de seus lares. Passamos uma parte da tarde brincando com as crianças, correndo, ensinando circo, sendo lambidas, dando mamá, carregando no colo, oferecendo lanche e pirulitos. Foi um tempo renovador, precioso e me trouxe à memória aquilo que me dá esperança. Saí de lá abençoada, e espero ter abençoado pelo menos um pouquinho, aqueles anjinhos de carne e osso. Depois de lá, fomos pra fazenda conhecer o pequeno paraíso do tio Jorge e da tia Déia, uma cabana de madeira na beira da lagoa, com pinhos altos ao redor, coisa mais linda! Me senti em uma daqueles perfis do face ou insta, sobre acampamentos e cabanas. Ficamos um tempinho lá, vi minhas priminhas loucas pilotando o quadriciclo, e depois voltei para jantar aveia junto com a vovó. Ainda fui à igreja com a tia Nica, depois comemos pizza, conversamos muito e oramos juntas.

Na segunda, feriado do dia do trabalhador, o Fábio voltou pra casa, e eu passei o dia todo com a vó Iloni, na velocidade dela, curtindo sua companhia, e trocando algumas palavras de vez em quando. A família da tia Nica veio almoçar conosco, descansamos após o almoço, e no final da tarde fomos ao velório de uma conhecida da vó e do vô. Desde que a vó esteve internada, esse foi o primeiro dia que ela saiu de casa. Acredito que tenha sido bom pra ela, pois ela conversou bastante, respirou ares diferentes. A noite, a vó fez sopa de ovo pra mim, uma especialidade dela, que, por sinal, é maravilhosa. Comi tudo, pois ela não me permitiu deixar nada no prato. Me senti muito amada, e ela também, acredito. Depois que ela foi dormir, fui pra casa da tia Nica comer pinhão.

Na terça-feira, acordei a tempo de compartilhar o café na mesa com a vó e o vô. Tomei banho e, junto com a vó - dirigindo, inclusive -, fomos à Cotripal, fazer compras - aliás, como ela diz, fazer o rancho - para a casa, e algumas coisinhas que eu queria levar de lá. A vó fez a festa, e encheu dois carrinhos de "coisinhas que faltavam em casa". Acho graça, pelo menos ela saiu e isso fez muito bem à ela. Quando chegamos, ajudei a descarregar as compras, enquanto a Marli as guardava. Tomei chá com a vó, e, enquanto ela fazia tricô - ou crochê, como havia dito -, eu fazia suas palavras cruzadas. A tia Déia, Domi, Dani e Malu, vieram se despedir enquanto tomávamos mate. Almoçamos, eu sai pra catar umas pocãs e laranjas pra trazer pra casa, arrumei minhas malas, tomei um banho e fui me sentar ao Sol, acompanhando meu avô. Logo a tia Nica e a vó chegaram também, lanchamos, oramos juntos, e o vovô me levou no posto, onde o ônibus iria parar pra me pegar. Enquanto esperava o ônibus, o vô Geraldo contou suas histórias, o trajeto de seus pais, a Guerra, o encontro com a vovó, as conquistas de trabalho, imigração, etc, etc. Amo ouvir suas histórias, mas por bem ou por mal, quase nunca as recordo, e sempre fico feliz em ouvi-las novamente. O ônibus chegou um pouco atrasado, me despedi do vovô com um abraço forte e parti para o regresso. Dormi e acordei umas 34 vezes até chegar em Floripa.







quinta-feira, 18 de maio de 2017

Diário GforC - 8ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

8ª Semana
24-27 de abril

Na segunda pós aniversário, eu acordei tarde, terminei de organizar a bagunça, lavei todas as louças, e também minhas roupas. O treino à tarde foi bem animado, era aniversário da Ana. A aula de flexibilidade com a Nick foi sensacional, e também teve trampolim, parada-de-mão e criação. Após o treino, eu dei carona pra Gabi e pra Pri, pra podermos conversar e compartilhar nossos sentimentos quanto ao GforC, foi precioso! A noite e durante o resto da semana, continuei respondendo minhas mensagens de aniversário, uma por uma, do whats, facebook, messenger. Jantei, montei um pouco do quebra-cabeça e fui dormir.

Na terça, acordei feliz, fui ao Detran buscar minha CNH nova, e depois ao escritório da Uber, pra terminar meu cadastro. Almocei e fui ao treino, que foi intenso nesse dia! Teve parada-de-mão, aéreos, saltos, jogos teatrais, movimentação e flexibilidade. Levei a Pri e a Vic em casa, e montei um pouco de quebra-cabeça. Ao verificar minhas passagens pro Rio Grande do Sul, que havia comprado pra visitar minha família no feriado, percebi que elas haviam sido canceladas pelo cartão.

Então, na quarta cedinho, liguei na rodoviária e comprei minhas passagens de ônibus até Panambi. Deu tudo certo. No almoço, fiz um gratinado de frango com purê de abóbora direto do pavilhão gastronômico do céu! No treino a tarde, antes de iniciar a parte física, tivemos uma conversa motivacional com o Paulão, campeão olímpico de vôlei, novo diretor do JUSC. Foi incrível ouvir suas experiências e seus conselhos pra nós, enquanto novos atletas. Após a conversa, o Pedro e a Nick fizeram um treino de circo fitness matador, com milhões de exercícios, um após o outro, sem parar pra descansar. Não consegui completar corretamente quase nenhum deles, pois foi, de fato, bem pesado. Quando terminamos, estávamos mortos, e o Pedro nos chamou pra conversar e falar sobre como não estávamos nos comportando como grupo. Aproveitamos o espaço pra falar sobre nossos objetivos, sentimentos, frustrações, sonhos, etc, e a equipe novamente nos lembrou do privilégio e da conquista que é estar aqui, quais os sonhos deles pra nós, como eles trabalham, o que pensam, etc. Foi lindo pra lembrarmos qual o nosso objetivo pessoal aqui, renovar o fôlego e relaxar a pressão um pouco. O psicólogo esportivo da equipe de ginástica da Nick também estava nesse dia, e expressou algumas palavras marcantes, que me fizeram ver o quão importante era o papel dele. Falou que sua função é levar as pessoas a conquistarem seus sonhos, e isso é incrível! Ainda tivemos flexibilidade, e depois o dia lá fora nos agraciou com um pôr-do-Sol espetacular, um verdadeiro show! Esse dia foi realmente especial! Estava bem cansada ao final de tudo isso, mas ainda arrumei minhas malas e pintei as unhas antes de dormir.

Na quinta fui ao treino, mas fiquei até na metade, pois precisava pegar o ônibus para o RS. Tomei um sorvete, me arrumei e chamei o UBER, que me levou até a rodoviária, com papos bem legais, em meio ao trânsito intenso que estava naquele horário. Felizmente, cheguei a tempo, peguei o õnibus e partimos em direção à Panambi. Uma garota super legal de Passo Fundo sentou ao meu lado, e conversamos a viagem toda, nos raros momentos em que não estávamos dormindo. Comi sopa de iolanda na parada do jantar.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Diário GforC - 7ª Semana/2

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

7ª Semana
21-23 de abril

Acordei bem cedinho na sexta, tomei banho e fui buscar a mamãe na rodoviária. Quando ainda estava a caminho, ela me ligou, dizendo que já havia chegado. Me aprumei e, quando cheguei lá, ao final do espaço de embarque/desembarque, me deparo com uma loira linda, cabelos soltos, óculos com ar de intelectual, com uma mochilona laranja de trilha nas costas. Era minha mãe, fazendo sinal com os braços pra que eu a avistasse. Estacionei, desci do carro e lhe dei um abraço infinito, inalando profundo aquele cheirinho de casa de vó que estava em suas roupas, e o cheiro inconfundível do seu cabelo macio. Colocamos as malas no carro e fomos tomar café no Café da Mary, sobre o qual já falei aqui. Optamos pelo café colonial, completíssimo, com ovos mexidos, pãezinhos diferentes, presunto, queijo, pães-de-queijo, frutas, cucas, tortas, café, leite, etc, etc, etc. Nos atualizamos e contamos as novidades enquanto apreciávamos a refeição farta. Mary também compartilhou um lugar em nossa mesa, afim de conhecer a minha mãe, de quem eu havia falado anteriormente à ela. De lá, fomos para casa. Subi as malas da mamãe, ela conheceu e gostou muito do apê, e então nos sentamos na cozinha pra falar sobre como havia sido o período dela com a vovó. Choramos juntas, oramos juntas, conversamos muito, e foi um momento precioso entre amigas. Fiz um strogonoff de carne para o almoço, comemos juntas, e então decidimos descansar, já que a mamãe estava muito cansada (eu entrei na onda e não fui para o treino, aproveitando pra dormir com as pernas entrelaçadas nas da mamãe). Quando acordamos, abrimos malas, descarregamos coisas, ganhei presentes de aniversário, organizamos as coisas novas, até decidirmos sair pra passear no final de tarde. As meninas da Fhop me deram a dica de Santo Antônio de Lisboa, e então fomos pra lá. Me encantei pelo lugar e pelo passeio, que se iniciou com um lindo pôr-do-Sol à beira-mar, em meio aos barcos ancorados perto da areia. Andamos até a igreja, galerias de arte, casas de artesanato, padarias, respirando a energia super agradável do bairro e das pessoas por ali. Nos sentamos no deck de um dos restaurantes e pedimos uma moqueca, além de um chopp, enquanto esperávamos a comida. Compartilhamos momentos preciosos ali. Quando a comida chegou, mamãe me surpreendeu, pedindo que eu chamasse o senhor que estava a tocar violão na praça para comer conosco. Ele não aceitou, em um tom um tanto rude, mas não me importei com sua postura, já que o fato da mamãe ter sugerido aquele convite ter sido o que mais me importava no momento. Terminamos de comer, tomamos mais um chopp, e então fomos para casa dormir cedo.

No sábado, tomamos café em casa e fomos cavalgar em Moçambique. Como foi a minha melhor experiência aqui, quis levar a mamãe para experimentar também. Confesso que fiquei preocupada por não ter pensado que a cavalgada era longa e a mamãe pudesse se sentir desconfortável. Mas, aparentemente, ela gostou muito. Fez muitas perguntas ao guia, tirou muitas fotos, e ficou admirando a paisagem. Eu fiquei ansiosa por fazer vários passeios e levar ela pra conhecer um monte de coisa, sem me dar conta de que a mamãe não gosta muito disso, ela curte um sossego, calmaria, descanso. Mas vivendo e aprendendo, nesse dia eu fiz ela passear bastante. Almoçamos na Lagoa, um peixinho frito acompanhado daquela cerveja gelada. De lá, paramos em alguns mirantes, e depois fomos ao mercado, pois a mamãe havia feito uma lista de coisas que faltavam em casa e que ela queria comprar. Eu aceitei e agradeci, minha casinha tá bem mais completa agora! E nem é por causa das coisas que compramos. É porque a mamãe esteve aqui, andou em cada cômodo, passou pela varanda, tomou banho no meu chuveiro, sentou na mesa do café, dormiu ao meu lado na cama, deixou seu cheirinho em cada canto, e fez do meu canto, um lar! Depois da visita dela, me sinto muito mais confortável aqui. No mercado, tomamos um café, e quando voltamos, ainda deu tempo de dar um pulinho na praia e olhar o pôr-do-Sol. À noite, a levei no Showcase da escola, do CircoCan, e ela simplesmente amou! Ficou de boca aberta em cada apresentação, e elogiou os artistas um por um. O que também se deveu ao fato de que eu a apresentei pra todos os meus colegas, amigos e professores, um por um. Quanto orgulho de lhes mostrar a minha mãe, a mulher que eu mais admiro na vida. Estava super excited e orgulhosa por tê-la do meu lado! Ela conversou com várias das pessoas a quem eu a apresentei, e no final, estava até cansada. Em casa, a pedido dela, assistimos um episódio de Bones na Netflix, e fomos dormir.

No domingo, dia 23 de abril, foi o dia que Deus escolheu pra que eu viesse ao mundo, ou seja, era dia de celebrar a vida e agradecer com todo o meu fôlego! E eu já acordei me sentindo extremamente amada pelo "Bom dia" e o "Feliz Aniversário" da mamãe, ao meu lado na cama, com a cabeça em posição lateral, um olho em cima do outro, acomodada no travesseiro. Aqueles olhinhos e o sorriso que lhes faziam companhia, vindos do ser que não cansa de amar. Abracei ela ali mesmo, rolando de um lado pro outro. Daí fui pra sacada, ver o Sol do meu dia, e o parabenizar de Deus, feliz com a sua criação. Eu, mais feliz ainda, por ser amada por Ele. Tomamos café juntas, circundadas por uma atmosfera de amor. Nos arrumamos rapidinho, pois eu tinha que levá-la no aeroporto, já que a passagem mais em conta era no domingo mesmo. No aeroporto, tomamos um cappuccino e eu abracei ela um milhão de vezes, enquanto ela ainda não havia entrado na sala de embarque. Chegou a hora dela ir, e eu a abracei novamente. Após deixá-la, fui ao culto na Igreja no Cinema. Ah, como fui bem recebida por Jesus naquele lugar, como agradeci em melodias pelo dom da vida, pela felicidade que transbordava em mim. Deus falou comigo do começo ao fim, sobre honestidade, principalmente comigo mesma, com aquilo que Ele pensa de mim. Fui ministrada a respeito de auto-estima, algo que há tempo não percebia como estava em mim. E estava mal! Mas o Pai não se cansa de lembrar o quanto nos ama e o nosso valor diante dEle. Ele me ama, o Pai me ama. E importa que eu acredite e assuma aquilo que Ele pensa a meu respeito.

"Bem sei os pensamentos que tenha sobre você. São pensamentos de paz, e não de mal, para lhe dar o fim que tanto desejas." Jeremias 29:11
 

Para acompanhar essa mensagem, todos os desejos de feliz aniversário me fizeram sentir tão especial, tão querida e amada, que mal podia acreditar em tanto carinho e em tanta gente que me quer bem, e fez questão de ressaltar a pessoa incrível que sou. E digo isso sem um pingo de orgulho, foi mesmo pra me completar com estima, com a certeza de que sou muito amada e de que sou especial. Nesse clima de gratidão e amor, eu continuei meu dia, indo ao mercado comprar as cositas que faltavam para fazer o meu chá de aniversário. Sim, eu convidei meus amigos em Floripa para comemorar o meu dia e a minha vida, com chás, bolos, tortas, música e jogos. Bem a la Luma mesmo, como no convite em anexo. Passei a tarde organizando a casa, o salão de festas, fazendo uma torta salgada com massa de couve-flor maravilhosa, e o famoso e melhor bolo do mundo, de cenoura com cobertura de brigadeiro. Terminei de colocar a cobertura, já tomada banho e cheirosa, às 17:55hs, sendo que havia combinado com o pessoal às 18hs. Depois disso, acendi o palo santo no salão, apertei o play no álbum A Casa é Sua, do Arnaldo Antunes e pus-me a esperar ansiosamente pelos meus convidados, que demoraram a chegar. Com os que vieram, me senti em casa, em boas companhias, conversei bastante, fiz com que eles também se sentissem em casa, brincamos, rimos, e foi bem do jeitinho calmo e agradável que imaginei. Assoprei velinhas, e até coral de parabéns rolou. Depois que eles foram embora, ainda recebi a Mayla louquinha, conversamos bastante e terminamos de comer tudo o que havia sobrado. Quando ela foi embora, eu dei uma organizada em tudo, antes de começar a responder minhas mensagens de aniversário. Gratidão foi a primeira e última palavra e sentimento do dia. GRATIDÃO!
















terça-feira, 16 de maio de 2017

ALUCINAÇÃO

Eu não tô interessado em nenhuma teoria. Amar e mudar as coisas me interessa mais.


Eu não estou interessado nos seus conceitos, doutrinas, regras, liturgia, arquitetura, adornos, sacrifícios. Não me importa se você começa o culto com um louvor cheio de instrumentos, com pessoas consagradas, ou se você ora com seu irmão em uma praça, depois do futebol. Eu não ligo pra o fato de você não beber uma cervejinha no final de semana, não deixar os cabelos crescerem ou não comer carne de porco. Não, não me interessa se você é batizado afundado num tanque, num rio, ou apenas tendo sido espirrado na testa com água. Não me importa se você discorda de seu próximo sobre ser predestinado ou poder se casar novamente após um divorcio. Não, não estou interessado na quantidade de vezes que você vai à igreja, acende algumas velas, ou deixa de fazer alguma refeição. Meu querido, amado, eu não me importo com a roupa que você usa, se você tem ou não tatuagem, se anda a pé, se tem um carrão, viaja o mundo ou é empreendedor. Se você é virgem ou não, se tem barba ou não, se fuma ou deixou de fumar.

Amar me interessa mais, mudar as coisas me interessa mais. Seus conceitos não mudam quem eu sou. Amar é o que eu faço por você, e quando você entende isso, e aceita isso, a minha graça transborda e te dá plenitude, sentido e coragem. Amar é o que desejo que faças por ti mesmo, e pelas pessoas ao teu redor. Pelo teu filho, pelo teu vizinho, o colega de trabalho e o motorista do ônibus. A pessoa que faz teu suco, a que cobra teu estacionamento, aquela que paga seu salário, que lava suas roupas, que dorme contigo, e a que habita o teu corpo e a tua mente. Ame, pois a mudança vem pelo amor. Toda transformação vem através de um verbo, e esse verbo se fez carne, e esse verbo é amor, é amar. O amor faz novas todas as coisas, renova a fé, a esperança, a graça, o perdão, a força, a saúde, a alegria. O amor cura, liberta, dá abrigo, ensina e anda junto. O amor não tem definição, não tem comparação, forma, cor, tamanho ou valor. O amor é. O amor é o Eu Sou. O Eu Sou é o próprio amor, o Espírito que paira com o vento, o Homem Deus que andou entre nós pra nos olhar nos olhos, o Criador que deu vida e sentido a tudo o que existe. Não é possível que você não entenda o quão pequena é sua opinião e julgamento, frente a um amor que não julgou, que se fez escárnio em seu lugar, tomou as chaves da morte, e lhe ofereceu vida plena e eterna. Não só a você, mas a todo aquele que nele crer.

Se Jesus é o único caminho para o Pai, e Jesus é amor, o único caminho é o amor, é amar. E, na tentativa de amar, muitas vezes causamos justamente o contrário, o desamor, a indiferença. Aquele que não ajunta, espalha, o que não ajuda, atrapalha. Peça ao Pai, que lhe dá tudo o que precisa, amor pra transbordar, luz pra iluminar. O Pai das Luzes habita seu coração e deseja brilhar através de ti, por onde quer que você vá, pra que outras pessoas também possam ser iluminadas. Hoje minha oração é, de fato, para que eu morra e Ele cresça em mim, em minhas atividades diárias, em minhas palavras, em meus textos, em minhas amizades. Que Ele habite todo lugar onde eu colocar os pés, e que eu tenha sensibilidade para pisá-los onde Ele queira estar. Que meu coração bata conforme as batidas do coração de Deus, pra que os sonhos dEle sejam os meus sonhos, que o Seu amor seja o meu amor, que meus olhos brilhem como os Seus, e meu abraço transmita o abraço do Pai. Não importa se isso for na escadaria do meu apartamento, nos treinos do circo, na igreja, no trabalho, ou turistando por aí. Não importa de meu irmão é alguém que eu gosto ou não, que eu concordo com a forma de viver ou não, que cheira bem ou não, que pense como eu ou discorde totalmente de mim. Eu deixo pra trás todos os meus conceitos, minhas teorias. Quero amar como Jesus ama, pois amar e mudar as coisas me interessa muito mais.



quinta-feira, 11 de maio de 2017

Diário GforC - 7ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

7ª Semana
17-20 de abril

Estava eu pensando se quem está lendo estava esperando que eu falasse mais sobre os treinos, já que o diário se auto denomina GforC. É claro que estou aqui pelo curso de formação, e que ele tem sido excelente, intenso, porém junto a ele tem acontecido muitas coisas legais também. Desculpa se sua expectativa era aprender movimentos novos, ou coisas assim, mas aqui, na verdade, você vai ter o gostinho de uma experiência inteira e interna de alguém passando por um curso de formação em circo, em uma cidade tão sonhada, passando por vários tipos de emoções e sentimentos, conhecendo lugares e pessoas novas, se conhecendo e se transformando. Minha caminhada toda é relatada, afinal, esse é o meu objetivo aqui, compartilhar com minha família e amigos tudo aquilo que estou vivendo. À medida que for interessante, falo mais especificamente sobre circo, que sempre foi e ainda é minha grande paixão, e é a arte à qual estou me dedicando no momento. Vamos então aos relatos.

Na segunda pela manhã foi o dia de correria no centro, cheguei atrasada na depilação devido ao super trânsito que peguei na minha cidade grande cheia de motores, e depois fui tirar a sobrancelha também. Pausa pra propaganda: - Gente, sério, desde que conheci o Spa das Sobrancelhas, eu nunca mais quis ir em outro lugar. O treinamento deles é o mesmo a nível nacional, e o trabalho é impecável, rápido e acessível. As meninas sempre me atendem muito bem, esbanjando simpatia. Vale a pena conhecer! Me sinto uma nova pessoas toda vez que saio de lá! Soy diva! https://www.spadassobrancelhas.com.br/ -. No treino foi dia de tumbling, mortalzinho no mini tramp e trampolim, que são disciplinas básicas de qualquer curso de formação em circo e desenvolvem, principalmente, consciência corporal e espacial, além de força, tônus, explosão, leveza, e infintas coisas mais. No começo, confesso que achava essas disciplinas chatas, mas hoje estou me divertindo nelas, apesar das vezes em que temos que saltar com os joelhos no peito 40 vezes sem parar. Por três séries, pasmem. Também tivemos aula de criação com o Adilso, na qual continuamos a explorar possibilidades para o nosso espetáculo.

Na terça-feira fui cedo ao Detran transferir minha carteira de motorista para o Estado de Santa Catarina e acrescentar o EAR - Exerce Atividade Remunerada -, para poder ser parceira motorista da UBER. Como todos sabemos, o Detran é a instituição pública em que você passa mais tempo em filas, esperas e mesas, então, como era de se esperar, processo após processo, tive que ficar até o período da tarde para finalizar tudo e evitar ter que voltar no outro dia, já que são 30km rodados até lá, e 30km para voltar. Dessa forma, esse foi o primeiro treino do GforC que eu perdi, mas por justa causa, julgo eu. Às 15hs estava liberada, e enquanto estava indo pra casa, parei num mirante, no comecinho da Beira Mar Norte, pra apreciar a vista. Dava pra ver um cara fazendo stand-up com seu cachorro, alguns barquinhos mais ao horizonte, a ponte cartão postal da cidade, Hercílio Luz, que está em reformas desde 1974, o braço do continente, e os montes que cercam a ilha, que a deixam bela de tirar o fôlego. Aproveitei o restante da tarde pra faxina da casa, lavar roupas, pagar o aluguel e escrever um pouquinho. À noite, assisti o novo filme do Adam Sandler, Sandy Wexler, que é bem bonitinho até.

Na quarta-feira levei o carro pra lavar, acreditando que eles faziam como em Rondonópolis, nos trazendo pra casa, lavando o carro, e depois trazendo o carro pra nós. Mas não fazem, então tive que deixar o carro e voltar pra casa a pé, de pijamas, pelas ruas do centrinho de Canasvieiras. Já estava na chuva mesmo, ainda passei no cartório pra tirar umas dúvidas sobre uma procuração que tenho que fazer. - Todas as funcionárias estavam de terninho, com jóias no pescoço e orelhas, e seus perfumes exalando. - Em casa, tomei uma ducha e fui à praia estender minha canga. Não se passaram 20 minutos, começou a chover. Eu amo a praia e a praia me ama, como podem constatar. Busquei o carro, almocei e fui para o treino. Como estava gripada, consegui completar apenas 2 séries do treino físico, o que não foi frustante, pois entendi que é até onde eu conseguiria chegar. Tivemos treino de segunda altura e suas variações, e depois uma conversa super madura com o Pedro sobre o final dessa primeira etapa do curso, a parte física exclusivamente. Ele disse que havíamos chegado a um ponto de exaustão que todo e qualquer atleta de alto rendimento - uuuuuu, viu o que eu sou agora? Uma atleta de alto rendimento! rs - chega, inclusive os do Cirque du Soleil, após semanas de apresentações - uuuuu denovo -, mas que deveríamos nos concentrar em dar o nosso melhor, apesar do cansaço. Gosto das conversas, elas sempre me dão um novo tranco no treino e na vida! Tivemos uma aula de flexibilidade de coluna com a Nick, nota dez! Consegui fazer a volta da ponte chutando novamente - vide vídeo no instagram @falaluma -. No projeto pedagógico, representamos com o nosso corpo o processo que fizemos com a argila, um por um, conversando ainda sobre tudo o que esse trabalho significou em nós. Estávamos bem cansados. Em casa, montei um pouco de quebra-cabeça e fui dormir.

Na quinta pela manhã, após minha rotina de acordar - rolar na cama, olhar o celular, fazer xixi, lavar a cara, fazer café ouvindo música, tomar café lendo Yancey, lavar a louça (não, eu não escovo os dentes quando acordo) (eu vou comer em seguida, qual o sentido?) - terminei de assistir o documentário The Minimalist, na Netflix, o que me fez pensar muito sobre minha maneira de viver, e como a podia tornar um pouco mais próxima ao conceito do minimalismo, com o qual me simpatizei bastante, e achei muito próximo a algumas ideias contidas no cristianismo. No treino, fizemos exercícios de força para aéreos e parada-de-mão - uma das minhas aulas favoritas, em que repetimos trinta mil segundos as diferentes paradas-de-mão, pra desenvolver força e consciência -. Como era de se esperar, após tanto tempo longe do tecido, não tinha forças nem para subir. Tecido acrobático só se desenvolve praticando ele mesmo, então se você pára, perde logo as habilidades e forças específicas do aparelho. Também tivemos aulas de movimentação e criação com o Adilso. Fizemos uns movimentos de dança bem bacanas, apesar da pressão contida na ordem de como fazê-los. Após o treino, passei no mercado pra fazer umas comprinhas para casa, já que - tchãnãnãm - a mamãe está chegando amanhã cedo!!!!! Não tenho nem palavras pra demonstrar o tamanho da minha alegria quando ela disse que viria! Montei um pouco de quebra-cabeça e fui dormir cedo.



terça-feira, 9 de maio de 2017

Diário GforC - 6ª Semana/2

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

6ª Semana
14-16 de abril

Na série "Coisas que eu fiz pela primeira vez", inclui nesse dia viajar compartilhando carona com pessoas desconhecidas. Dessa forma, dei carona para três meninas, com quem combinei, através de grupos de carona no facebook, de ir junto pra Curitiba. Acordei cedo, tomei café e sai no horário combinado. Primeiro peguei a Camila, aqui em Canas mesmo. Camila se tornou minha amiga, pois fomos conversando o caminho todo até Curitiba. Camila é uma garota fascinante que trabalha com patentes - o que já é incrível - e é uma apaixonada por viagens e gastronomia. Por isso tivemos tanta ideia pra trocar! A segunda caroneira foi a Oriana, estudante de jornalismo super meiga que, coincidentemente, fez parte das filmagens do espetáculo do último GforC. Por fim, pegamos a Johanna, alemã super talentosa, apaixonada pela cultura brasileira, que faz mestrado em música aqui em Floripa. A viagem foi super agradável na companhia dessas meninas. Após muita conversa, música boa, paradinha para o café e deixar todo mundo em seus destinos, me rumei pra casa do meu hamigo Batatinha da Silva Sauro, batizado de Paulo Eduardo, e da minha amiga Manuela, que o aguenta desde meados de 1976. Já falei deles em algum post anterior. Fui lindamente recebida pela desconfiança e latidos ameaçadores de Maggie e Kunca, depois pelo próprio pai da casa, com um abraço de tamanduá! A Manu logo chegou, cheia de ferramentas e vontade de montar coisas e furar paredes. Atualizamos os papos, furamos parede e montamos o painel da tevê, enquanto o Paulo fazia salmão grelhado na churrasqueira, com risoto de limão. Coisa mais chique! E estava uma delícia também! Meu amigo arrasa na cozinha, mas Manu disse que só quando é gourmet, porque no arroz e feijão ele deixa a desejar. Eu cochilei um pouquinho no sofá depois do almoço, enquanto o casal limpava a casa e atualizava suas séries nerd. À noite, eles me levaram pra um rodízio japonês. Eu nunca comi tanta comida japonesa diferente na minha vida! Pra quem só conhecia sushi e temaki, foi uma noite de ampliar conhecimentos culturais. Ainda passeamos de carro pela cidade, conhecendo alguns pontos, como a linda Santa Felicidade.

No sábado cedo, fomos comprar as coisas pro café-da-manhã numa padaria, tomamos café juntos e ficamos enrolando um pouco em casa até decidir ir passear no Jardim Botânico. Gente, pode parecer um passeio clichê, e eu achei que só teria aquela estufa com a estrutura branca pra ver. Mas o lugar é muito mais do que isso, é espetacular. O jardim com milhares de flores, a estufa, o passeio botânico sensorial, com plantinhas cheirosas, coloridas, com multi texturas, a exposição de orquídeas, cactos e suculentas, os pássaros mergulhadores, os cágados, os peixes... Uma experiência excelente! De lá, fomos comer um sandubão de costela sensacional e um cone de sorvete sacana de gostoso, em um food park que vimos do carro. Passamos no Walmart (suspiros), com seus preços lindos de baixos e tanta coisa bonita e gostosa, pra comprar as coisas pra fazer churrasco à noite. Em casa, fizemos churrasco e chamamos a Kalinca, o André e o Samuel, filhote deles, pra comer conosco. Pra quem não conhece, a Kah foi minha discipuladora na ETED (Escola de Treinamento, Evangelismo e Discipulado), curso básico de missões da JOCUM (Jovens com uma Missão, ligada à Universidade das Nações), lá em Chapada dos Guimarães, no ano de 2008 (http://www.jocumpantanal.com.br/). Eles nem sabiam ainda que iam casar naquela época. André também foi meu discipulador na parte prática da ETED. - Discipulador é aquela pessoa que cuida, orienta, ora, conversa, disciplina... auxilia na caminhada da pessoa com Deus. - ETED foi a melhor coisa que podia ter acontecido na minha vida, no momento perfeito. Foi quando conheci mais a Deus, me conheci demais, mudei demais, fiz grandes amigos, paguei muitos micos, chorei tanto, sai correndo no escuro de desespero, tive milhares de crises, quis ir embora umas 30 vezes, comemorei meu aniversário de 18 anos com um look punk, meditei no meio da mata, aprendi a dar bom dia, fui ajudante de pedreiro, cozinheiro, carpinteiro, dançarina, atriz, violeira e até pregadora, e tive a oportunidade de fazer Deus conhecido pra algumas pessoas. Claro que não pára por aí... mas esse tempo merece um texto só pra ele, e não vai caber aqui. Os dois hoje são grandes amigos, referências, e uma família em quem posso confiar, a minha família! Amo demais a vida deles, e sinto, simples e claro, que é recíproco. Comemos, assistimos um desenho de lagartas com o Samuel, rindo mais do que ele, e jogamos Perfil até cansarmos. Quando cansamos, arrumei minhas coisas, dei tchau e abraços demorados nos meus grandes amigos Batatinha e Manu, em gratidão pela vida deles, e parti pra base da JOCUM CCL em Curitiba (http://cclbrasil.com.br/), onde Kah, André e Samuel, moram e servem atualmente. Chegamos a noite, então só conheci a casa deles, onde ficamos conversando madrugada adentro, e tanta coisa tínhamos pra conversar, visto que não nos víamos há tanto tempo! Tomei leitinho com nescau, igual o Samuka, e fui dormir na cama dele, que ele me emprestou, no seu quarto cheio de desenhos, livros e carrinhos, com uma janelona com vista maravilhosa para a mata e o restante da estrutura da base.

Acordei naquele friozinho gostoso de uma chácara em Curitiba, abri a janela pra ver o dia lá fora, e este não me decepcionou, estava lindo! Céu fechado, com algumas frestas de Sol, mas em geral nublado. Esse é o dia da ressurreição, dia de Páscoa, de celebrar o Deus que se fez homem, morreu por nós, tomou as chaves do inferno e da morte, hoje vivo está e olha por nós, ao lado do Pai. Domingo, manhã de Páscoa, celebração. O André tinha ido buscar pão, o Samuel estava assistindo desenho, e a Kah fazendo o café forte que o André gosta! A mesa estava tão farta quanto nas vezes que os recebemos em nossa casa, em Rondonópolis. Lá, sempre que recebemos visita, o café é um tremendo banquete! Como eu disse, estava igual nessa manhã: iogurte, frutas, cereal, leite, café, chocolate, pão, mussarela, presunto... comilanças a perder de vista. Tomamos café em família, e depois eu e a Kah fomos passear, conhecer melhor a base. Samuka ficou brincando com suas muitas amiguinhas, filhas de outros obreiros da base, que, por sinal, tem bastante obreiros! A base em si, onde moram as pessoas, e onde ficam a cozinha, refeitório, escritório, salas de aula, lavanderia, etc, tem uma estrutura de dois andares, com um centro enorme e livre, como uma arena. É um espaço agradável aos olhos, bem distribuído, organizado, e decorado com detalhes amorosos. Me senti em casa, mesmo entre tanta gente diferente. Enquanto caminhávamos, não preciso dizer que eu e a Kah tivemos conversas profundas, não é?! Quem conhece a Kalinca, sabe como ela é capaz de nos deixar em crise com poucas palavras, aliás, com um só olhar. Mas com o mesmo olhar, ela transmite tanto amor e cuidado, que é capaz de transformar em paz a nossa angústia iminente. Kah é um anjo, Kah tem treta com Deus, como costumávamos dizer na ETED. Passeamos pela estrutura antiga de um palácio, que teve sua construção interrompida devido à traição da mulher por quem o sheik estava apaixonado e para quem ele estava construindo o palácio. Com seus pilares largos e compridos, que me lembram a cena de Sansão cego derrubando-os ao chão, seus escritos e desenhos pelas paredes, nada de corrimão ou portas, essa estrutura já fora um centro de treinamento de skate e outras artes, e hoje funciona como uma máquina de sonhos. 

Entre as palavras trocadas com a Kah, os labradores amáveis da base nos seguindo e sentando na beiradinha do abismo, desafiando o cuidado de Deus, e o encantamento com aquele lugar mágico, o coração foi ficando sensível, e a emoção se expôs em tons translúcidos. Nos sentamos na muralha, de onde podíamos ver a grande mata ao redor da chácara, o cercado onde ficavam os cavalos, toda a estrutura da base, e o mover do Espírito, que dá vida a todas as coisas. A Kah não quis sentar na beiradinha, mas eu deixei meus pés soltos, enquanto compartilhava com ela o grande sonho da minha vida, que voltara a despertar furiosamente dentro de mim. Com brilho nos olhos e do jeitinho de Kalinca, ela apenas repetiu algo que já me havia dito há tempos atrás e que eu precisava lembrar: 
"Sonhe sonhos tão altos que, se Deus não estiver neles, eles estejam fadados ao fracasso."
Oramos juntas, oramos os três juntos, e então fomos em direção ao refeitório, para o almoço em família de toda a base. O pessoal da escala havia feito vários tipos de peixes e rotulado de forma bem criativa, com papeizinhos abaixo da bandeja - Farofa de Peppa Intrusa e Arroz Ressurreto são os únicos que me recordo -. Oramos, cantamos louvores de gratidão ao Rei, comemos e bebemos, em comunhão uns com os outros. Kalinca ainda fez um café na casa dela, trocamos ideias sobre livros e autores cristãos, ganhei um livro do André, e então parti, enquanto os homens da base estavam jogando bocha na grama. Parti com o coração partido, pois me deu vontade de ficar. Dessa vez, compartilhei a carona com o Bruno, estudante de engenharia química, super gente fina, seu companheiro palmito, um cãozinho super querido e educado, e a Fran, garota bem despojada, de quem me aproximei muito através das conversas também. A volta foi um tanto quanto cansativa, já que tinha muito trânsito do pessoal voltando do feriado. Deixei os meninos e cheguei em casa morta. Comi e dormi.















segunda-feira, 8 de maio de 2017

Diário GforC - 6ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

6ª Semana
10-13 de abril

Bom, não tenho muitas anotações sobre a segunda-feira, inclusive bem pouca coisa sobre essa semana toda. Minha única e boa lembrança é de nos empenharmos em uma pirâmide coletiva na aula de criação, o que foi uma experiência muito legal, descobrir novos meios de pôr em pratica o que estávamos aprendendo nas outras aulas. Foi uma construção muito bacana, que não vou comentar muito claramente, porque faz parte do nosso show, então envolve sigilo. Na terça-feira pela manhã fui ao escritório da UBER - não tinha lhes dito que estou pensando em trabalhar como motorista da UBER né?! Pois é, com o custo de vida altíssimo de Floripa, decidi procurar uma forma de complementar a grana que ganho pra viver aqui, e achei essa opção boa por conta de fazer os meus horários, conhecer gente nova, poder conversar, conhecer melhor a cidade, etc. Por enquanto, vai ser uma experiência, pois ainda tenho algum receio quanto à segurança em trabalhar dirigindo nesse aplicativo, mas dou-lhes novas informações quando as tiver - tirar dúvidas sobre como é dirigir com eles, e quais os procedimentos que deveria tomar, caso decidisse pelo trabalho.

Depois de lá, comprei umas plantinhas no Primavera Garden pra alegrar meu apê e minha vida. Uma avenca, com seus ramos esvoaçantes ao vento na sacada, alguns cactos e suculentas, pois me trazem boas lembranças da casa da vovó, roseirinhas, que tinham em casa quando era criança, outras florzinhas, só pela cor, e algumas plantinhas de horta, pra complementar minhas refeições, cebolinhas, alface e manjericão. Também comprei uma placa de madeirite pra poder montar meu quebra-cabeça, que não cabe na mesa da cozinha. Não esperava que a folha não coubesse no carro, então passei um sufocozinho levando ela amarrada em cima do carro, por conta da ventania que faz aqui em Canasvieiras. Mais hilário foi subir 4 andares de escada, carregando aquela coisa enorme. Mas o importante é que agora posso trabalhar melhor nas madrugadas rs. O treino à tarde foi bem pesado, com as três rotações entre aéreos, solo e parada-de-mão. Pesado, porém muito produtivo!

Na quarta-feira terminamos o trabalho com a argila, falamos sobre a experiência e nos divertimos, gravando alguns boomerangs no final da aula. Na quinta cedo fui ao Detran com o intuito de resolver algumas coisas para poder começar a trabalhar, dirigi 30km pra ir e 30km pra voltar, e a instituição estava fechada por conta de um dia facultativo, já que sexta é feriado. Acabou sendo engraçado, não tirou a minha paz. O treino na quinta foi extremamente cansativo, então finalizei com um espetinho acompanhado de uma Eisenbahn - acho que é a queridinha por aqui - bem gelada, e a companhia da minha amiga Mayla e suas histórias sem fim. Em casa, fiz minhas malas pra ir pra Curitiba no final de semana, também fiz as unhas e me dediquei um pouco ao quebra-cabeça. Dormi cedo pra poder pegar estrada no outro dia.




quinta-feira, 4 de maio de 2017

Diário GforC - 5ª Semana/2

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

5ª Semana
08 e 09 de abril

Que dia gostoso foi esse! Tudo bem planejadinho e agradável, apesar da dor de cabeça constante que me deu o vinho da noite anterior. É, comprar vinho barato dá nisso mesmo, não tem pra onde fugir. Busquei a Amanda e a Pri, e fomos conhecer o Padeiro de Sevilla - http://www.opadeirodesevilha.com.br/ -, uma padaria tradicional no centro de Florianópolis. Lá você pega seu pratinho e se serve sozinho, do que quiser, até se empanturrar, como eu fiz. Ou, se você é mais educadinho e menos fã de produtos de padaria, até ficar satisfeito, belo e não mais gordinho. Comi pãozinhos de queijo, um cookie de laranja com café e um outro pãozinho doce com uma crosta branca, que não sei expressar o nível de delícia que era. Além de tomar um tradicional cappuccino, claro. As meninas com certeza foram mais educadinhas, e ainda ficaram (ficamos) conversando sobre nutrição a manhã toda. Foi legal que eu conheci um conceito que a Pri me introduziu, que até então não sabia que existia, que é da nutrição intuitiva, e/ou comportamental, que consiste em orientar seus hábitos alimentares através da escuta do próprio corpo. Ela se baseia na ideia de que nosso corpo é inteligente, sabe o que precisa, o que está sobrando, ou que lhe faz bem ou mal, e demonstra isso de várias formas, e que devemos nos sensibilizar pra ouvir essas manifestações do corpo, e assim, ter hábitos alimentares corretos, e uma vida saudável. Achei super legal, e decidi introduzir devagarzinho esse conceito no meu cotidiano. Depois do Padeiro, fomos ao Angeloni comprar algo pra não precisar pagar o estacionamento. Tinham umas promoções bem legais, inclusive de mussarela. Mas em Florianópolis, qualquer promoção é uma ilusão, pois mesmo os preços promocionais são sempre maiores que aqueles aos quais estava acostumada. Que cidade cara! Voltamos, deixei a Pri em casa e almocei no Floripa Shopping com a Amanda.

De lá, só troquei de roupa em casa pra viver a experiência mais mágica que esse período aqui na ilha já me proporcionou. Fui fazer um passeio à cavalo na Praia do Moçambique, sob a luz da lua cheia. Achei esse passeio na internet, e nem preciso dizer o quanto me chamou a atenção. Valeu a pena cada segundo e cada centavo! Nos encontramos no Haras Baias de Moçambique, no bairro Rio Vermelho, onde os cavalos já estavam selados. Não demorou pra sairmos, em um grupo de dez pessoas, entre turistas, donos dos cavalos e o pessoal que trabalha no haras. Demos a volta em um condomínio, e logo entramos na mata, uma floresta de pinhos de um visual espetacular, com várias bromélias nos topos das árvores, florzinhas rasteiras, aquele ventinho litoral. Quando não estava contemplativa, de boca aberta e coração cheio de gratidão, estava conhecendo e conversando com meus companheiros de passeio. Duas meninas, Alejandra e Belén, chilena e argentina, especificamente, intercambistas na UFSC; um casal que mora no Rio, ele português, filho de veterinário, e ela, se não me engano, nordestina, com pavor de cavalos, em lua de mel; mais um casal hétero, cuja moça levou um susto quando sua égua, que estava prenha, resolveu dar uma descansada e se deitar no chão; a Duda, o Leniker e mais um rapaz, que trabalham no haras, que conduziam o passeio montados em cavalos ainda no processo de doma; e o Adilson, professor da UFSC, que tem cavalos no haras, pois sua paixão e seu sossego do dia-a-dia é cavalgar. O passeio leva mais de uma hora, e é encantador o tempo todo. Após a floresta de pinhos, alcançamos a praia e começamos a cavalgar beira-mar, enquanto escurecia e a lua dava o ar da graça, iluminando as ondas, que faziam o fundo sonoro perfeito da noite.

Eu não sei exatamente em qual momento, mas uma hora o tempo parou, eu percebi o privilégio da situação, o amor imenso do Pai com sua criação, seus mimos, seu cuidado para comigo, e de gratidão transbordou meu coração em lágrimas. Eu agradeci em silêncio, com os olhos ao alto, pela vida! Aquele momento me transformou, me trouxe a mim, e me curou de toda dor que estava me impedindo de viver plenamente essa oportunidade divina aqui em Floripa. Eu renasci cavalgando à beira-mar sob a luz da lua. Quem não renasceria?

Ao fim do passeio fomos convidados a ficar no haras mais um pouquinho e provar o típico "entreveiro" que, no momento, já cheirava muito bem. Entreveiro, como conheci nessa noite, é uma mistura de carnes, fritas numa panelona de ferro. Tinha suíno, bovino, frango, coração de frango, calabresa, tudo misturadinho com cebola, acompanhados de salada, arroz e uma farofinha. Me sinto em casa nesse contexto rural, então pra mim, tudo foi extremamente agradável. Saindo de lá, ainda dei um rolê de carro pelos Ingleses, Praia Brava, etc. Fiquei rodando e apreciando as paisagens um pouquinho, antes de ir pra casa dormir.

No domingo, fui na Fhop com a Pri e as meninas que conheci no dia do batismo. O culto foi muito bom, o pastor falou sobre jejum, seus conceitos bíblicos, sua importância, e propôs um jejum coletivo para a igreja, a começar dali a duas semanas. Foi simples, claro e sincero, sem pressão. Após o culto, almoçamos todas juntas num buffet livre perto da igreja. Entre garfadas e gargalhadas, conversamos muito sobre a série "13 Reasons Why", que é a polêmica da vez. Foi um papo bem sério pra um almoço de domingo, mas achei importantíssimo conversar sobre suicídio, bullying, procurar ajuda, papel dos professores, etc. Cada opinião me acrescentou um pouquinho de amor e sabedoria. Gosto de companhias assim, que me elevam, e me distraem ao mesmo tempo. Depois disso, levei a Pri em casa, e daí fui fazer minha compra do mês no Fort Atacadista. Fiquei pobre depois disso, cheguei em casa e fiz aquele macarrãozinho estilo "Big Boy", montei um pouco de quebra-cabeça e pus-me a dormir.