Hoje foi um dia cheio de primeiras vezes.
Primeira vez que fiz uma aula experimental de balé.
(Me disseram que era turma de adultos, mas o meu pesadelo foi concretizado: só tinha menininhas e eu fiquei me sentindo uma idiota. Chorei.)
Primeira vez que fui avalista de alguém.
(Meu pai resolveu fazer um empréstimo no banco pra pagar uma dívida e investir no estoque da loja em troca de um juros altíssimo. Eu assinei sem nem ler direito. É meu pai.)
Primeira vez que eu bati o carro.
(Sim, na estrada da terra. Perdi o controle do mesmo, e ele rodopiou até ficar preso entre duas cercas em volta do aeroporto. Ficou todo amarrado por arame farpado, e a frente foi a que mais amassou. O restante riscou, tudo, tudo riscou. Poderia ter ido pro lado da plantação e capotado, poderia ter sido na BR, poderia um monte de coisa. Sim, estou muito nervosa. Mas entendo que eu estar bem é o suficiente e que o resto foi perda material. Mas também não quero que seja esquecido. Foram vários aprendizados: dirigir mais tranquilamente; não esquecer minha essência de amor - sim, eu estava indo resolver um assunto em que o rapaz que me atendeu cometeu um erro e mandou uma encomenda minha pro Acre, ao invés do Amapá, e eu estava muito nervosa com isso -; dar valor ao que realmente tem valor. E por aí seguem os motivos pra agradecer. Espero de coração, ter meu caráter moldado por essa experiência aterrorizante.)
Primeiras vezes. Algumas.