domingo, 25 de junho de 2017

Diário GforC - 14ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

14ª Semana
05 a 11 de junho

De 05 à 25 de junho eu foquei em treinar Trapézio Triplo com a Ana e a Gabi, mas infelizmente, não conseguimos apresentar no Showcase de junho, pois, além de não ter tido tempo de treino suficiente, tivemos muitos contratempos, e acabamos por entender que não era hora de estrearmos, mas continuamos treinando mesmo assim, agora junto com a Pri, visando o espetáculo, já que o Adilso gostou da ideia de um número nosso de Trapézio Triplo. O Pedro, antes de viajar, nos chamou, um a um, pra conversar sobre o que estávamos pensando do curso, como estávamos, e quais nossas expectativas pós-curso. No geral, pelo que ouvi, as conversas foram muito boas, produtivas, e até duras. A minha foi ótima, pois pude expressar minhas intenções com o circo, que há um tempo venho pensando sobre. Entendi que não desejo ser uma super artista ou entrar no Cirque du Soleil, mas sim usar o circo como ferramenta de despertamento, de transformação na vida de outras pessoas a quem eu possa me apresentar ou ensinar, assim como outrora fora feito a mim. Falamos sobre a pressão demasiada que eu me imponho, e sobre a capacidade que há em mim que eu teimo em não acreditar! Falando sobre o Pedro, ele me surpreende a cada passo que dá, pois se mostra puro coração, disposto a despertar o melhor em todos a quem ele encontra, com sabedoria e assertividade. É incrível ver como o Circocan, o Gforc, estampam a cara e o coração dele nos mínimos detalhes! Tenho que tirar o chapéu mesmo! É lindo de ver!

Ah, pela primeira vez na minha vida, em um dos treinos, a minha pressão baixou, eu tive uns blackouts e só queria deitar a todo custo. Nunca tinha experimentado essa sensação, coisa nova, oh?! No mesmo dia, continuando a treinar, cheguei ao meu nível máximo de exaustão em uma aula de parada-de-mão, gritei e saí chorando desesperadamente para o banheiro. A Bela viu, foi atrás de mim, e ficou comigo até que eu me acalmasse e resolvesse voltar pra aula. Sim, eu estou aprendendo a lidar melhor com as minhas emoções, a agir, apesar delas, mas ao mesmo tempo, escutá-las com respeito ao meu corpo e à minha alma. Isso têm sido uma escola diária, e os progressos são nítidos. Até elogios espontâneos quanto à isso, e à minha nova postura nos treinos e fora deles, eu recebi, dos colegas e professores. Sou grata por me ver evoluir, e porque isso é perceptível além dos meus pensamentos. Um desses dias, o Pedro pediu pra reformarmos um trapézio, eu e a Ana, e ficamos um tempinho a mais, lixando, limpando, desenferrujando e encapando um trapézio que estava largado às traças. Foi uma terapia certeira, cuidar do aparelho que temos estudado, com o qual temos passado bastante tempo. Tenho ido a mais aulas extras, além dos treinos Gforcianos. Fitness, flex, acro... E me sentido muito motivada! Também tenho escrito todas as rotinas de exercícios que temos tido em aula, e meu caderninho está ficando cheio. Sobre as novidades, começamos a experimentar um aparelho novo, o Mastro Chinês, que é muito legal, apesar de acabar com nossa pele.

Na terça-feira, dia 06, eu jantei na casa da #VACAmila - https://www.facebook.com/milafenunes -, minha amiga aqui de Canas. Ela fez um arroz indiano maravilhoso, lentilha e um franguinho delícia. Pra acompanhar, levei uma garrafa de vinho, conversamos e rimos a noite toda! Camila vive viajando, e posta suas experiências no seu face e no insta. Ela é linda, vale a pena seguir e conhecer, ou conhecer e seguir, tanto faz. Ah, na quinta, dia 08, fui com a Camila, uma amiga dela e a Amandinha, no Bob Marley Concert, um concerto em homenagem ao grande, que aconteceu numa casa de shows na Lagoa da Conceição, chamada John Bull. A música estava ótima, o chopp era em dobro, e nos divertimos muito! Difícil foi disfarçar o cansaço no treino no dia seguinte, mas nos ajudamos e tudo se saiu ainda melhor do que o normal. E no fim do dia, como se tivessem adivinhado nosso cansaço, todos ainda ganhamos um banho de gelo nas pernas, o que, apesar do clima frio, foi extremamente renovador! Outra nova experiência, excelente, recomendo!

No sábado, dia 10 de junho, eu e a Gabi treinamos Trapézio pela manhã, fui à Feira do Mel, no Largo da Alfândega, aproveitar o preço tabelado e comprar 2kg de mel, que vão acabar quando menos eu esperar. Nesse dia conheci o Mercado Público, me encantei pela simplicidade e múltiplas informações do lugar! Pra fechar com chave de ouro, almocei pastel com caldo de cana. Felicidade define! Fui à praia um pouco, e passei o resto do dia fazendo molho de cachorro quente pra levar no nosso arraiá. O Arraiá do Gforc foi nesse mesmo dia, o pessoal estava bem animado e tinham muuuitas comidas gostosas. Não dá pra dizer o que estava mais gostoso lá! Fiquei tomando quentão, comendo e trocando ideias com o Wildner e a Shely. Coração bateu forte conectado a outros corações com objetivos tão parecidos com os meus! Amei conhecê-os melhor e me senti muito a vontade de me deixar conhecer também! No domingo, acordei meio dia, limpei a casa, comi um churros que a Camila ganhou em uma promoção do facebook, e fomos juntas a um passeio histórico em Santo Antonio de Lisboa, conduzido pelo Guia Manezinho - https://www.facebook.com/guiamanezinho/ -. Aprendi muita coisa sobre a cidade, o tempo estava super agradável e nosso guia foi sensacional, super inteligente, simpático e prestativo! Depois de lá, fui ao espetáculo do Casuo - http://www.universocasuo.com.br/ -, num centro de eventos perto da  rodoviária. Casuo foi palhaço do Cirque du Soleil um tempão, e hoje tem seu próprio espetáculo circulando o país. O show foi impecável, tecnicamente falando, mas cansativo nas suas costuras e finalização. Mesmo assim, valeu à pena, voltei pra casa reflexiva e cheia de ideias novas.









segunda-feira, 12 de junho de 2017

Diário GforC - 10, 11, 12 e 13ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

10, 11, 12 e 13ª Semana
08 de maio a 04 de junho

Bom, pessoal, basicamente, estou com um mês de atraso em meus relatos, e sem tempo - ou disposição - pra escrever com detalhes tudo o que aconteceu nesse último mês, então nesse relato eu vou correr um pouco com os fatos, só pra mantê-los atualizados. Não é por má vontade, porque eu amo escrever, mas realmente a rotina é tão cansativa, que ás vezes, estando em casa, eu só quero descansar corpo e mente, e não fazer nada. Criar é uma das coisas mais cansativas. Mais uma vez, amo criar, e escrever é pura criação, mas tenho estado muito cansada, apesar de me adaptado muito melhor a tudo, equilibrado melhor minhas emoções e me conhecido de maneira profunda! Muita coisa aconteceu nesses dias, muita mesmo, mas vou deixar apenas um gostinho de cada uma e, se você quiser saber mais a respeito de alguma coisa, terei o maior prazer em contar.

Em maio, fiz minha matrícula e trancamento na faculdade, caso seja plano de Deus voltar a fazer veterinária. Em maio, eu comecei a trabalhar como UBER. No início estranhei um pouco a falta de diálogo da maioria dos passageiros, e ainda estou conhecendo as manhas pra poder lucrar com o aplicativo. Porém, estou amando, tem sido uma alternativa ótima e salvadora da pátria pra mim, já que estou com a água no pescoço das contas que tenho pra pagar (contas normais, mas sufocam por causa do alto custo de vida na ilha). Inclusive, na revisão do meu carro, descobri alguns reparos que precisava ser feitos, e lá se foi qualquer dinheirinho a mais que eu poderia gastar. Comecei uma rotina de intercessão todos os dias por pessoas, famílias, povos ou causas diferentes, além de uma rotina de um motivo de gratidão por dia, que eu escrevo em post-it e colo na minha parede, em frente à mesa que vos escrevo. Essas duas atitudes têm sido extremamente nutritivas pro meu espírito! Bom, sigo a leitura de Alma Sobrevivente, do Yancey, que está quase acabando. Comecei a treinar escaleta com a Nina e a Jaine (que conheci na Fhop), que são duas meninas fofíssimas e talentosas, vindas do Acre. Acredite ou não, já sei um pequeno solinho de uma música do filme da Amelie, e um trechinho de The Scientist, Coldplay. Tenho lavado roupas, falado com meus pais todos os dias, e brigado com minha alimentação sempre, pois já são 3,6kg a mais, pasmem, nunca na vida havia cheguado no meu peso atual. Ah, fiz minha primeira trilha na ilha, aqui no norte mesmo, saindo da Praia do Forte. Fui com a Jaine, a trilha foi bem leve, agradável e com vistas maravilhosas da tríplice defesa da baía norte (as três fortalezas que protegiam a baía norte dos ataques e invasões marítimas, localizadas na Ilha de Ratones Maior, Inhatomirim e Praia do Forte). Nesse dia, tomamos sorvete numa tão famosa sorveteria italiana nos Ingleses, mas eu não gostei, pois achei exageradamente doce, não consegui terminar.

Também conheci Campeche e a Lagoa do Perí, com a Milena e a Jaine, num domingo bem gostoso em que saímos juntas após o culto da Fhop. Nesse dia também fomos ao Circo da Dona Bilica pra um espetáculo de palhaços, que foi super bonitinho. Mas, mais legal ainda foi a gentileza de nos passar um café grátis antes do espetáculo, do senhor de olhos profundos, que depois descobri ser o famoso palhaço espanhol Pepe Nunez. Dia doce e marcante! A noite ainda fui comer pizza e tomar caipirinha com a minha amiga Camila, que outrora foi comigo de carona à Curitiba. Sempre temos ótimos papos, e a companhia dela é agradabilíssima, daquelas que não esperam nada de você, além de você mesma, o que é um alívio em meio a um mundo de tantas expectativas. Comprei mais plantinhas pro meu jardinzinho, e um negocinho de colocar água doce pra atrair passarinhos, que, pra minha surpresa, atraiu-os rápido demais, e agora tenho que repor a água a cada dois dias pra esses comilões.Também tive que descongelar a geladeira um dia, que trabalheira! Algumas vezes, fiquei horas no Trapiche, só observando tudo ao redor. Continuo inventando coisas deliciosas na cozinha, e algumas não tão deliciosas assim. Assisti dois documentários incríveis, um que a Pri me emprestou, chamado Pai das Luzes, fala de Jesus de maneira não religiosa, e acho que todos deveriam assistir, é libertador; e o outro se chama Embrace, sobre se desligar da imagem corporal ditada pela mídia, sensacional pra aprender a se amar.

No dia 19 a minha melhor amiga Jake veio me visitar, e ficou até dia 24. Percebemos o quanto somos diferentes, mas, mais importante, o quão grande é o carinho que nos une. Comemos muitas coisas gostosas, jogamos sinuca na Lagoa, o que fazia tempo que eu tava com saudades de fazer. Fomos à uma noite cigana maravilhosa na Casa de Noca, com a banda paulista Gran Bazaar. Me senti naquelas aldeias de Asterix e Obelix, com xícaras enormes de chopp, as crianças correndo embaixo das mesas, e as meninas de saia rodada com sua tranças a dançar. Me senti dentro de um filme, e dancei como se não houvesse amanhã. A Jake não gostou muito. Também passamos bastante tempo descansando, fazendo literalmente nada em casa, o que eu não tinha feito até hoje, desde que cheguei aqui. Fomos ao cinema, pegamos uma trilha que não deu em lugar nenhum, bebemos e conversamos besteiras, andamos pelo centrinho de Canasvieiras, e compartilhamos nossas companhias e ideias. Foi muito bom tê-la aqui! Renovador e gratificante! Ah, comecei e terminei a primeira temporada de uma série muito gostosa: Girl Boss retrata a caminhada de uma garota um tanto mimada, em direção ao seu sonho profissional. Tive dias ruins também, em que chorei querendo muito minha casa, em que me senti um lixo, frustrada, em que me preocupei muito com grana. Fiquei sem carro alguns dias, enquanto este estava na oficina. Assisti um filme profundo e inspirador, por indicação do papai, chamado Redenção, que me fez reerguer a cabeça e ter um momento muito legal e marcante de intercessão. Fui em um festival gospel com cantores gospel do momento, e não me identifiquei com absolutamente nada. Assisti a parte do pedal do IronMan durante 3hs no engarrafamento, o espetáculo do Circo da Rússia, e o filme Piratas do Caribe, no cinema, tudo no mesmo dia de solitude.

Sobre os treinos, eles continuam de matar, ainda mais com o retorno do Pedro (que estava viajando), mas temos todos evoluído muito! Agora começaram os treinos bem técnicos mesmo, e isso é muito legal! Além dos treinos habituais, temos aprendido straps, tecido, lira e trapézio. Enquanto houve sol, fizemos acrobacias ao ar livre com o Luke, o que era muito motivador. Também enquanto houve sol, continuei indo nos treinos de Trapézio Voador, e a cada aula, evolui mais uma figura, fiz até Catch (quando você sai de um trapézio para as mãos de alguém em outro trapézio) já! Nem sei explicar a sensação de orgulho - orgulho bom - e superação que tenho à cada aula dessa! Fiz uma aula de flexibilidade sensacional com o Adilso, bem diferente, numa das manhãs.  Ah, esses dias tivemos nosso primeiro acidente, a Gabi caiu treinando acro e abriu o queixo, foi uma sangueira de assustar, mas não foi nada grave, graças a Deus. Nas aulas de acro coletiva com o Pedro, começamos a ousar mais, fazendo saltos no banquine e terceira altura. Essa é minha aula favorita, aliás, meu dia favorito, pois começa com um treino fitness pesado, passa por flexibilidade, acro coletiva e depois o pedagógico. Não tem dia mais lindo que esse! Tenho aprendido a me divertir com o frio na barriga, e ir mesmo com medo, em quase tudo. No banquine, além de fazer spot (o colega que não deixa o outro morrer, o salvando quando ele cai), fiz vários saltos, e fiquei muito feliz em fazê-los de forma consciente e correta. Na terceira altura - três pessoas em pé, uma encima da outra -, eu faço a pessoa do meio, e pasmem, o medo não existe nessa hora, apenas a vontade de fazer dar certo! E deu, deu certo várias vezes, e também é outro motivo de felicidade! Tivemos dias em que todos nos estressamos e, aqueles que completaram as atividades, o fizeram com sangue nos olhos. Até explodi de exaustão esses dias, gritando e indo chorar no banheiro. Ainda bem que os professores já estão preparados pra isso e não levam pro lado pessoal. Falando em pessoal, o pedagógico voltou, e em uma dessas sextas, fomos tomar café juntos no Open Shopping de Jurerê, em duplas de cegos e mudos, o que provocou sensações muito curiosas. Pra apresentar no próximo showcase, eu, Ana e Gabi começamos a criar um número de trapézio triplo, que está se desenvolvendo lentamente, mas ficando muito legal! Espero conseguir apresentar enquanto minha família estiver por aqui.

No sábado, dia 03 de junho, eu sai pra trabalhar, mas não recebi nenhuma chamada durante muito tempo, então saí a conhecer as praias e bairros ao redor: Daniela, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas, Lagoinha do Norte. Me apaixonei pela primeira. Fui comprar um biquíni e tive uma experiência horrível por causa de uma conversa um cara extremamente religioso, e fiquei com o coração oprimido o dia todo. Fiz um tour histórico assustador pelo centro de Floripa (Floripa Misteriosa), e ainda curti um filme super fofo no cinema: Amor.Com. No domingo meu dia de trabalho foi excelente, recebi muitas chamadas, longas, e cada trecho colaborou pra conhecer várias histórias, e para o caminho de volta pra casa. Foi o melhor dia de Uber até hoje, valeu a pena! Bom, adiantado um mês, fico por aqui e espero não demorar tanto tempo pra voltar!