terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A Incrível História de Adaline


E se não tivesse esse corpo? E se ele não tivesse limite de tempo?

Deixa eu explicar melhor...

Estou eu no auge dos meus 25 anos, solteira, frustrada profissional e artisticamente, lembrando dos joguinhos em que eu colocava que me casaria aos 27 anos, teria 3 filhos e moraria em outra cidade, ganhando dinheiro com um trabalho em que eu estava plenamente feliz e satisfeita. E esse tem sido o meu pensamento fantasma já faz uns dois meses. E já faz um tempo também que tenho buscado algumas respostas em Deus. Hoje, depois de um dia de rainha (indo e voltando do trono), como eu dormi a tarde toda, não tinha sono a noite, e resolvi assistir um filme. Procurei um na Netflix (emprestada, por sinal), e achei interessante esse da foto, "A Incrível História de Adaline". Ótimos atores, fotografia impecável, mas o que me chama mais atenção é a reflexão que o enredo traz.

A história é de uma mulher que, ao sofrer um acidente, se torna imune às ações do tempo. Ou seja, ela não envelhece mais. Daí você pode pensar: "Que incrível! Meu sonho...". Mas não, porque daí vem o problema: as pessoas começam a vê-la como um experimento e ela percebe que nunca terá paz, e então decide se afastar de sua vida e de sua filha, para viver mudando-se de cidade e de identidade, de tempos em tempos, para que não a descubram. Ela então passa a viver uma vida de renúncias absurdas, não podendo se apegar a nada que a fizesse se expor demais. Deixa amores, amigos, trabalhos, conquistas, e a convivência com a filha, para trás. A não-ação do tempo em seu corpo traz a necessidade de escolhas muito duras para Adaline.

Eu não vou fazer o spoiler do filme todo, pois vale a pena assistir. Mas onde quero chegar e o que quero expor é que, ao ver o letreiro no final do filme, eu me pus a chorar, entendendo que ali Deus estava a falar claramente comigo. E Ele falava da dádiva e da oportunidade que é envelhecer, viver cada fase da vida, perceber as mudanças que o tempo e a experiência trazem, e, enfim, ver a sua história sendo escrita para a eternidade. Histórias tem começo, meio e fim. E a minha ainda está começando... Tudo o que já vivi tem um propósito claro na formação da minha consciência, e nos rumos que a minha vida pode e vai tomar a partir de agora.

Eu não contive meu choro ao perceber Deus cuidando de mim e falando comigo de forma tão sutil e tão pessoal. Eu ando buscando ouvi-Lo da forma como fui ensinada, mas Ele não se limita, Ele não repete histórias. E eu tive que lembrar que Ele me conhece, me conhece mais do que ninguém, e é por isso que Ele escolhe falar comigo dentro do meu contexto, da minha personalidade, do meu mundo. Porque o amor dEle é pessoal. É global, se estende a todo ser humano e a toda a humanidade, mas é pessoal, pois conhece e ama o indivíduo e suas peculiaridades.

Ele foi capaz de acalmar meu coração insano e desesperado através de um filme. Eu não vou entrar em detalhes sobre o conteúdo daquilo que eu ouvi, quero apenas relatar a experiência que tive, e dizer que Deus é real. Que Ele falou e continua falando com aqueles que buscam ouvi-Lo. Ele é real! Que você tenha sensibilidade e esteja aberto a ouvi-Lo em seu próprio contexto, com seu próprio coração. Minha oração é para que Deus tome as rédeas da minha vida, e retome o lugar dEle na mesma. E para que você também o ouça e, assim como Adaline, perceba o valor do envelhecer. Deus está cuidando de você, Deus está cuidando de nós...

"LET IT GO."

Assista o filme! E, para acompanhar, escuta essa:

https://www.youtube.com/watch?v=HFgi79BbrxI&list=PL4gXC63XuVXmfFPSKSdYds1WUdAT3O0Rl

Abraço brasileiro!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Diverso

Tudo se esfarela
Farelo não é
Todas suas facetas
milhares de caretas
pernetas, venetas

Tudo se derrama
Não é na cama
É no chão
Chão que se torna ninho
Para os pés e o coração vacilantes

Se derruba, se machuca
Se grita, se maltrata
Se aperta e apreende
Não entende

Dois são um
Um é mais
Dois e um
Um e mais
Um dois três
Ais, ais, ais

Viram-se, reviram-se
Se atêm e se possuem
Não flore
Não floresce
No encharque
No encharcado desse chão

Pisa, escorrega, se molha
Escorre também o sangue
O que era poesia vira concreto
Piso, azulejo
Num vermelho transparente
Misturado, se deita

Se deita, respira
Inspira, transpira
Revira tudo na cabeça
Revira a fama, a face
Revira a história

Dúvida
Resta tudo
Resta ela
A corroer-lhe os sentidos
A transcender-lhe os pensamentos

Atônitos, atos
Nós, passos
Nós, estátua
Mercê de uma coragem já morta

Jogo, se joga
Se nota, se refaz
Dó, Sol, Mi, mais

Preenche
Relincha, pechincha
Adormece no querer
E amanhã nunca é
Diverso
Dos versos

Tão meus, tão sós

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

How long will I love you



How long will I love you?
As long as stars are above you
And longer if I can

How long will I need you?
As long as the seasons need to
Follow their plan

How long will I be with you?
As long as the sea is bound to
Wash upon the sand

How long will I want you?
As long as you want me to
And longer by far

How long will I hold you?
As long as your father told you
As long as you can

How long will I give to you?
As long as I live through you
However long you say

How long will I love you?
As long as stars are above you
And longer if I may

How long will I love you?
As long as stars are above you

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

First time

Hoje foi um dia cheio de primeiras vezes.

Primeira vez que fiz uma aula experimental de balé.
(Me disseram que era turma de adultos, mas o meu pesadelo foi concretizado: só tinha menininhas e eu fiquei me sentindo uma idiota. Chorei.)

Primeira vez que fui avalista de alguém.
(Meu pai resolveu fazer um empréstimo no banco pra pagar uma dívida e investir no estoque da loja em troca de um juros altíssimo. Eu assinei sem nem ler direito. É meu pai.)

Primeira vez que eu bati o carro.
(Sim, na estrada da terra. Perdi o controle do mesmo, e ele rodopiou até ficar preso entre duas cercas em volta do aeroporto. Ficou todo amarrado por arame farpado, e a frente foi a que mais amassou. O restante riscou, tudo, tudo riscou. Poderia ter ido pro lado da plantação e capotado, poderia ter sido na BR, poderia um monte de coisa. Sim, estou muito nervosa. Mas entendo que eu estar bem é o suficiente e que o resto foi perda material. Mas também não quero que seja esquecido. Foram vários aprendizados: dirigir mais tranquilamente; não esquecer minha essência de amor - sim, eu estava indo resolver um assunto em que o rapaz que me atendeu cometeu um erro e mandou uma encomenda minha pro Acre, ao invés do Amapá, e eu estava muito nervosa com isso -; dar valor ao que realmente tem valor. E por aí seguem os motivos pra agradecer. Espero de coração, ter meu caráter moldado por essa experiência aterrorizante.)

Primeiras vezes. Algumas.

sábado, 10 de outubro de 2015

Bruno Mars - When I was your man



Same bed, but it feels just a little bit bigger now

Our song on the radio, but it don't sound the same
When our friends talk about you
All that it does is just tear me down
Cause my heart breaks a little
When I hear your name
And all just sounds like ooh, ooh, ooh, ooh, ooh



Too young, too dumb to realize
That I should've bought you flowers and held your hand
Should've give you all my hours when I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance
Now my baby is dancing, but she's dancing
With another man



My pride, my ego
My needs and my selfish ways
Caused a good strong woman like you
To walk out my life
Now I never, never get to clean up
The mess I made
And it haunts me every time I close my eyes
It all just sounds like ooh, ooh, ooh, ooh, ooh



Although it hurts
I'll be the first to say that I was wrong
Oh, I know I'm probably much too late
To try and apologize for my mistakes
But I just want you to know
I hope he buys you flowers, I hope he holds your hand
Give you all his hours when he has the chance
Take you to every party cause I remember
How much you loved to dance
Do all the things I should've done
When I was your man



Do all the things I should've done
When I was your man

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Annalisa - Senza Riserva


Mi sorprende ritrovarti
Sulle scale quando torno a casa
Sorpreso di vedermi
Come se fosse la prima volta
E racconto senza freni
Le mie gioie e i miei dolori
E tu mi sorridi
E condividi tutto con me

Io ti regalerò ogni singolo
Risveglio la mattina
E poi lascerò i capelli
Scivolarmi fra le dita
Ti regalerò ogni singola carezza
Quando è sera
Ho imparato già
Ad amarti senza più riserva alcuna.

Mi sorprendo ad immaginarti
Sulla porta quando torno a casa
Ansiosa di vederti e di scrutare
Ogni tua movenza
E parlarti senza sosta
Dei miei ottimi propositi
Nella vita e soprattutto verso te

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Eu queria saber quando é que eu passei a viver em um mundo cada vez mais cheio de pessoas arrogantes e extremistas?

Eu sei que um dia teria que escrever sobre a repulsa que aprendi a ter pela psicologia depois de cinco anos, mas a verdade é que,desde algum tempo eu resolvi me calar pra não ter que levar pancada. Calei minha voz por não querer convencer ninguém de nada. Mas tá me assustando essa massa dominando o mundo com suas ideias "libertárias", enquanto me calo. Quero falar de gênero, quero falar de Deus, quero falar de aborto, de infância, de sexualidade, quero assumir minha voz sem ter medo de ser julgada. Quero dizer o que penso e achar pessoas que deêm peso a isso.

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VOLTANDO UM POUCO

Meu nome é Luma Strobel de Freitas, tenho 25 anos, trabalho na parte financeira da empresa da minha família, faço parte de um grupo e sou amante de circo, e sou formada em Psicologia. Quando me perguntam se eu quero exercer a psicologia, eu digo que não, eu me desencantei da psicologia. Não exatamente dela, como vocês entenderão mais abaixo.

COMO ENTREI NO CURSO?

Eu sou uma pessoa cheia de sonhos desde a barriga da minha mãe. Sempre gostei de fazer e experimentar de tudo. Fiz curso de crochê, ponto cruz, alimentos a base de soja, handebol, futsal, balé, natação, judô, violão, bateria, circo, teatro, missões, excel, e, como dá pra concluir, foi muito difícil escolher que curso fazer na faculdade. Recebi uma orientação divina (Sim, isso mesmo!), me levando a escolher Psicologia. Eu sabia que meu mundo iria mudar, então, quando passei no vestibular, estava com medo e apreensiva. Mas mergulhei. Chegava cedo e saía tarde, sugando tudo o que podia das matérias, professores, amizades, corredores, projetos, etc. No começo era uma paixão avassaladora, tanto conhecimento, tanta coisa nova, tantas possibilidades diferentes que se abriram no meu horizonte. Aquilo foi mágico, entorpecedor. Entender a origem das coisas, relativizar conceitos, questionar verdades pré concebidas, debater teorias, e até abrir mão da minha essência, pois foi isso que eu fiz.

POR QUE ME DESENCANTEI?

Tudo que segue uma linha progressiva para cima, atinge um pico e depois desce. Foi isso que aconteceu. A paixão foi grande, mas ela sempre acaba. Eu fui sugada por aquela paixão até que ela me deixasse no cárcere, sem alimento, sem hidratação. Cárcere esse, pressão essa, que me diziam que eu era obrigada a continuar repensando tudo, e que o que eu pensava nunca estava certo. Que eu devia deixar de ser certinha, de acreditar em Deus, de ter uma essência pura. Não me convidava mais com gentileza, me obrigava, me puxando a solavancos. Encarceraram-me sob o discurso da liberdade.

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Que liberdade é essa que quer induzir goela abaixo uma forma de pensar dita "correta" a toda e qualquer sociedade. Onde foi que o discurso deixou de ser "o respeito às opiniões, culturas, e pensamentos diferentes", e passou a ser "pensem e ajam como nós, resto das pessoas alienadas e involuídas de todo o mundo"? Que arrogância é essa que leva alguém a achar que tem o direito de ensinar as mães como criar seus filhos, os adolescentes a como se relacionar, os jovens a como lutar, os velhos a como viver a sua velhice??? Caiam em si, psicólogos e aspirantes eternos: Vocês se tornaram aquilo que vocês julgavam errado há, diga-se de passagem, pouquíssimo tempo atrás. Aqueles extremistas que tentavam a todo custo convencer o outro a viver, pensar e acreditar como eles. Esses são vocês hoje, prazer, esses são vocês hoje.

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O RECESSO

Em 2010 eu passei num processo seletivo para fazer um intercâmbio pela faculdade, e vivi entre setembro/2010 a março/2011 na cidade de Santiago de Compostela, na Espanha. Ufa! Ainda bem que tive a oportunidade de me afastar dessa realidade "alienatória" (pois se tornaram alienados) por um tempo e ver as coisas de um ângulo melhor, mais distante, e despido, não completamente, de influencias de qualquer um dos extremos. Vivi um tempo comigo mesma, sem qualquer um me dizer como viver, o que fazer e o que falar. Descobri quem eu não era, quem eu de fato era e quem eu gostaria de ser. Longe de todo e qualquer olhar conhecido.

O RETORNO

Foi um tempo intenso de fases intensas de carne, sangue e renascimento. Mas era preciso retornar à realidade. Porém, era dolorido demais entrar espontaneamente na jaula. Não tive tempo de pensar em uma estratégia para encarar tudo isso "denovo", então me calei e me anulei pra não bater de frente com ninguém, recebendo alimento pelas grades, apenas pra sobreviver até que se completassem os cinco anos. Assim me tornei um camaleão franzino e sorridente.

HOJE

Hoje recebi uma mensagem de uma amiga que dizia estar roendo as unhas pra passar o tempo em um debate no qual não concordava com nada. São muitas vozes sinceras, mas cansadas e caladas. E essas vozes precisam se encontrar. O meu ponto de encontro foi nessa mensagem, o está sendo em outras conversas com outras pessoas, e também o é aqui.

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Eu não desanimei da psicologia. A Psicologia é um campo amplo e enriquecedor, apaixonante e libertador, a respeito de como funciona ou não funciona o ser humano. A Psicologia me fez mais sensível e mais humana. Me deu ferramentas pra toda situação em que me encontrar durante a minha vida. A Psicologia me fez crescer. A faculdade de Psicologia, NÃO. A faculdade de Psicologia que eu cursei, NÃO. No entanto, toda a pressão alienada e alienatória do campus não foi capaz de me deter e me deixar no chão por muito tempo. A minha essência tem raízes que o tempo não é capaz de desfazer. Raízes que vão além do físico, visível e palpável. Raízes espirituais, raízes divinas. De um ser criado e orientado segundo a semelhança de Deus, vivendo sob gratidão eterna por cada acordar e cada fôlego de vida. Por livre e espontânea vontade. Por ter certeza de que reais foram as experiências que tive com Deus, e real é o meu relacionamento com o Pai.

Todavia, eu deixei de ser a menina crente que andava com uma bíblia debaixo do braço, querendo julgar as pessoas segundo suas atitudes e pensamentos, e enviá-las a um dos dois destinos que cria serem os únicos: o céu e o inferno. Eu aprendi a respeitar o fato de que existem pessoas diferentes, com experiências diferentes, pensamentos diversos... (e você já entende). Mas, pensando na vida como uma corda bamba, amarrada em dois extremos, posso me ver percorrendo ela com muita dificuldade e chegando ao centro, onde, quem pratica slackline, sabe que é o ponto de maior tensão, mas também consiste na maior vitória de um praticante. A melhor manobra é realizada no centro da fita. Não preciso conhecer os dois extremos para chegar ao entendimento de que o equilíbrio não está nas pontas. Agora posso percorrer outras cordas, outros muros, calçadas, escadas, rios, e trajetos infinitos, pois me tornei uma pessoa melhor nessa caminhada. Venci uma fase e aprendi uma lição.

O texto acabava aqui, sem mais nem menos. Nesse ponto, preciso dizer que quem supervisionou meu texto sentiu falta de uma orientação, de um final, de uma palavra aconchegante. Eu, sinceramente, não a tenho, e não tenho a intenção de tê-la. Esse texto é um relato, um desabafo que eu precisava fazer. Isso é potência dentro de mim, virando ato em qualquer momento, no momento certo. Que cessem as arrogâncias, os extremismos e os egos. Que cresça a força espiritual e que se aumente o volume da voz dos bons, que se calaram por medo da repressão. Que o mundo seja de todos, e que a sensibilidade e o respeito oriente leis e regras. Que haja mais pontos de encontro para essas vozes cansadas...

quinta-feira, 26 de março de 2015

...já não sei mais onde estou.


















Sou toda potência, pouca coisa ato
Ato se fora no passado
Vivo imersa nesse oceano
Aprendi a prender o fôlego por tanto tempo
Que me esqueci que tenho que respirar
Deixei de dar palpite em questões políticas
E fico muito mais quieta em reuniões
Mesmo as que eu chamo


Dentro de mim estão meus pensamentos
Borbulhando a muitos graus Celsius
Sufocando o coração dentro do peito
E quando não aguento mais
Essa angústia extravasa em forma de lágrimas
De desespero
Mas não, ainda não é ato
E, portanto, apenas dá um tempo
Até que volta do sono
E volta a atormentar


A calma se mostra sempre
Fraca, sempre falsa
Não é suficiente
Vejo as idéias saindo de forma tão, mas tão perdida
Não consigo mais me comunicar
A alma está uma confusão só
Me sinto fora do lugar
Do lugar fora do tempo


Expressão de mim é lapso
É lapso de alguém, lapso de mim
Esfarelo-me como jamais quis
Ou pensei
Esfarelam-se os sonhos, a atitude
A iniciativa, o foco e a coragem
E olhando todas essas migalhas ao chão
Sinto o universo me pedir uma postura
Uma posição
Desfaleço e nem choro
Não sei nem por onde começar...

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Circular e cheia de cores


É tão bom ser uma lona
E ser circular ao invés de tão quadrada
É tão bom ser cheia de cores
Ao invés de cinza e amarga
É tão bom contrariar os sentidos
Ao invés de ser aquilo que todos esperam
É bom trazer calor e abrigo
Ao invés de cinismo e conformidade
É incrível trazer magia e alegria
numa rua cheia de esquecimentos.

E então chega a noite, esquece-se
Os amigos, os sonhos e o perdão
Esquece-se o brilho, a inocência
O sorriso e a compaixão
Esquece-se tudo
Só não esquece a saudade.

E hoje tem espetáculo?
Tem sim. Tem sim, senhor!
Tem o circo da saudade
A saudade das estripulias de outrora
Dos sorrisos sem motivos
E dos perdões imerecidos
Da casa de todos nós,
da origem dos avós
Dos doces, das fantasias,
das roupas de boneca,
de onde ninguém tinha cor, sobrenome ou roupa mais bonita
Do jardim secreto, de Alice
De nós, de todos nós.

É tão bom ser uma lona,
e lembrar.






sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Retornar


Com a sutileza do sopro do vento a tocar o meu rosto,
Trazendo memórias e sensações de outrora.
A leveza e firmeza dos passos de Aslam ao meu encontro.
Assim veio Deus.

Com as mãos perfuradas e perfumadas,
Assim ele tocou meu rosto e coração.
Lançou fora todo medo, todo gelo,
E desprezou meus conceitos outrora tão intelectuais.

Não se importou com o tempo que passou,
Com as vezes que eu lhe dei as costas,
Com a minha vergonha,
e nem mesmo com o meu orgulho vão.

Veio olhar-me nos olhos e prensar meu coração ao dEle,
Como se sentisse saudades,
como se estivesse tão feliz em me ver.
Assim veio Deus.

Veio dizendo que confia em mim,
E ainda me confiou 11 seres tão frágeis e tão sedentos.
Como pôde? Alguém assim, tão distante...
Assim veio Deus.

Assim Ele veio, como se tudo tivesse sido apenas ontem.
E hoje amanheceu, e ele me acordou com um beijo,
Dizendo que o mundo é meu, dando-me as boas vindas de volta a casa.
Assim Ele veio.


"Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos." Isaías 55:09

sábado, 3 de janeiro de 2015

3

03/01/2015

Entre acordar com dor de cabeça de tanto dormir, preparar um almoço daqueles pra mamãe, e continuar com a faxina, hoje também foi dia de procurar a Kila, danada, que fugiu de casa, com saudades da mamãe e dos avós.

Esperança que ela vai voltar.

2


02/01/2015
Faxina no quarto é como faxina na vida: abrimos mão daquilo que não faz mais falta, deixando a carga e o ambiente mais leve; revivemos, através das lembranças, tantas coisas que nos trazem uma nostalgia tremenda - gostosa, no dia de hoje -, e assim vemos o tanto que mudamos; e também recordamos quem nós somos, a parte mais importante. Esse é o resumo do meu segundo dia do ano. A faxina ainda está no começo, mas estou animada. Essa aí é a nova gaveta de coleção de pulseiras das mais variadas formas e idades. Um cheiro e até mais.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

1


Comecei por limpar algumas coisas, clarear.
Recebi um amigo em casa e ouvi suas histórias no mar.
Primeiro fi-lo acordar meu irmão.
Uma partidinha.
Fui caminhar com meu encanto. Dar um passeio, exercitar.
Foi sua primeira volta no Horto.
Também foi a primeira vez que dividiu o skate com alguém.
Foi pra vermos o campeonato feminino de vôlei.
Isso depois que ele andou de skate até cansar, enquanto eu lia o Fim.
Enquanto esperávamos o lanche chegar, e como demorou, pegamos fichas e cartas no carro.
Jogamos palitinhos e pôker, esperando.
Levei-o em casa, despedi-me com um beijo longo.

O primeiro do primeiro do 2015.