sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A insustentável leveza do ser


Termino essa leitura e logo percebo que estou, eu mesma, no desfiladeiro, momento de intensa, constante e angustiante escolha entre o peso e  a leveza. De um lado, almejando uma casinha simples na costa da lagoa, onde possa acordar todos os dias e dar um passeio com o meu companheiro labrador, dar bom dia a quem encontrar, e sair a trabalhar para simplesmente garantir o almoço. De outro, o coração acelerado por missões, mudar a vida de pessoas, trazer esperança, levar uma mensagem, fazer com que a fé que me transformou tenha eco em outros cantos e corações. Todos os dias sou obrigada a escolher quem sou, vejo que não é coisa de destino. Tenho no peito um coração pulsante e forte, que não me permite acomodar. Não o consigo calar. Tento, em vão, calar o mundo em mim. Mas o dia bate à minha porta, questionando se vivo de fato aquilo que desejo, se estou plena de mim, e, portanto, realizada. Todos os dias faço uma escolha ao abrir os olhos, com a cabeça ainda no travesseiro. Todos os dias convivo com tudo aquilo que vem junto com essa escolha. Por vezes, me preencho, por vezes, eu mesma crio esse vazio infinito em mim. Pra hoje, peso ou leveza?

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Bom dia pra confiar!


Na ânsia e na ansiedade de ter o controle sobre a minha vida e o meu futuro, hoje sentei no Trapiche, após uma corrida matinal - inusual - e comecei a falar com Deus, questionando-lhe sobre os próximos passos a serem dados. Senti paz de perguntar, talvez já fosse a hora dele compartilhar comigo qual a sequencia dessa aventura de ter vindo à Florianópolis realizar meu sonho de me dedicar ao que eu amo. Conversamos bem pouco hoje. Ouvi a voz de Deus pouco depois de elogiar os peixes que um pescador carregava em uma das mãos, dentro de uma sacola, voltando da ponta do Trapiche, após lançar sua rede ao mar por algumas vezes. Ele respondeu com um sorriso constrangido, mas com o coração orgulhoso, que ali havia começado seu almoço. Levei mais um tempo olhando o mar e o constante formar e desformar das pequenas montanhas em sua superfície, até entender que aquela era a minha resposta. Que o pescador havia saído de sua casa, numa hora anterior ao almoço, para garantir o mesmo, sem ter controle de quase nada. Ele poderia voltar com peixes, ou poderia voltar sem nada. Mas ele confiou e saiu para o trabalho de conquistar seu próximo passo, o almoço. E lá estava Deus, me pedindo amorosamente pela enésima vez, que eu confiasse nEle, mesmo sem saber o que vem depois, mesmo sem certeza de nada. Que a vida em Cristo é vivida um dia após o outro, e que, se nem mesmo os pássaros, tão livres, passam qualquer tipo de necessidade, imagina os filhos de Deus, incluindo eu, feitos à Sua imagem e semelhança. Filha, confie em mim, viva da melhor forma possível, um dia após o outro, o grande EU SOU estou cuidando de você. Eu cuidarei dos próximos passos, assim como cuidei de tudo até aqui! 

domingo, 25 de junho de 2017

Diário GforC - 14ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

14ª Semana
05 a 11 de junho

De 05 à 25 de junho eu foquei em treinar Trapézio Triplo com a Ana e a Gabi, mas infelizmente, não conseguimos apresentar no Showcase de junho, pois, além de não ter tido tempo de treino suficiente, tivemos muitos contratempos, e acabamos por entender que não era hora de estrearmos, mas continuamos treinando mesmo assim, agora junto com a Pri, visando o espetáculo, já que o Adilso gostou da ideia de um número nosso de Trapézio Triplo. O Pedro, antes de viajar, nos chamou, um a um, pra conversar sobre o que estávamos pensando do curso, como estávamos, e quais nossas expectativas pós-curso. No geral, pelo que ouvi, as conversas foram muito boas, produtivas, e até duras. A minha foi ótima, pois pude expressar minhas intenções com o circo, que há um tempo venho pensando sobre. Entendi que não desejo ser uma super artista ou entrar no Cirque du Soleil, mas sim usar o circo como ferramenta de despertamento, de transformação na vida de outras pessoas a quem eu possa me apresentar ou ensinar, assim como outrora fora feito a mim. Falamos sobre a pressão demasiada que eu me imponho, e sobre a capacidade que há em mim que eu teimo em não acreditar! Falando sobre o Pedro, ele me surpreende a cada passo que dá, pois se mostra puro coração, disposto a despertar o melhor em todos a quem ele encontra, com sabedoria e assertividade. É incrível ver como o Circocan, o Gforc, estampam a cara e o coração dele nos mínimos detalhes! Tenho que tirar o chapéu mesmo! É lindo de ver!

Ah, pela primeira vez na minha vida, em um dos treinos, a minha pressão baixou, eu tive uns blackouts e só queria deitar a todo custo. Nunca tinha experimentado essa sensação, coisa nova, oh?! No mesmo dia, continuando a treinar, cheguei ao meu nível máximo de exaustão em uma aula de parada-de-mão, gritei e saí chorando desesperadamente para o banheiro. A Bela viu, foi atrás de mim, e ficou comigo até que eu me acalmasse e resolvesse voltar pra aula. Sim, eu estou aprendendo a lidar melhor com as minhas emoções, a agir, apesar delas, mas ao mesmo tempo, escutá-las com respeito ao meu corpo e à minha alma. Isso têm sido uma escola diária, e os progressos são nítidos. Até elogios espontâneos quanto à isso, e à minha nova postura nos treinos e fora deles, eu recebi, dos colegas e professores. Sou grata por me ver evoluir, e porque isso é perceptível além dos meus pensamentos. Um desses dias, o Pedro pediu pra reformarmos um trapézio, eu e a Ana, e ficamos um tempinho a mais, lixando, limpando, desenferrujando e encapando um trapézio que estava largado às traças. Foi uma terapia certeira, cuidar do aparelho que temos estudado, com o qual temos passado bastante tempo. Tenho ido a mais aulas extras, além dos treinos Gforcianos. Fitness, flex, acro... E me sentido muito motivada! Também tenho escrito todas as rotinas de exercícios que temos tido em aula, e meu caderninho está ficando cheio. Sobre as novidades, começamos a experimentar um aparelho novo, o Mastro Chinês, que é muito legal, apesar de acabar com nossa pele.

Na terça-feira, dia 06, eu jantei na casa da #VACAmila - https://www.facebook.com/milafenunes -, minha amiga aqui de Canas. Ela fez um arroz indiano maravilhoso, lentilha e um franguinho delícia. Pra acompanhar, levei uma garrafa de vinho, conversamos e rimos a noite toda! Camila vive viajando, e posta suas experiências no seu face e no insta. Ela é linda, vale a pena seguir e conhecer, ou conhecer e seguir, tanto faz. Ah, na quinta, dia 08, fui com a Camila, uma amiga dela e a Amandinha, no Bob Marley Concert, um concerto em homenagem ao grande, que aconteceu numa casa de shows na Lagoa da Conceição, chamada John Bull. A música estava ótima, o chopp era em dobro, e nos divertimos muito! Difícil foi disfarçar o cansaço no treino no dia seguinte, mas nos ajudamos e tudo se saiu ainda melhor do que o normal. E no fim do dia, como se tivessem adivinhado nosso cansaço, todos ainda ganhamos um banho de gelo nas pernas, o que, apesar do clima frio, foi extremamente renovador! Outra nova experiência, excelente, recomendo!

No sábado, dia 10 de junho, eu e a Gabi treinamos Trapézio pela manhã, fui à Feira do Mel, no Largo da Alfândega, aproveitar o preço tabelado e comprar 2kg de mel, que vão acabar quando menos eu esperar. Nesse dia conheci o Mercado Público, me encantei pela simplicidade e múltiplas informações do lugar! Pra fechar com chave de ouro, almocei pastel com caldo de cana. Felicidade define! Fui à praia um pouco, e passei o resto do dia fazendo molho de cachorro quente pra levar no nosso arraiá. O Arraiá do Gforc foi nesse mesmo dia, o pessoal estava bem animado e tinham muuuitas comidas gostosas. Não dá pra dizer o que estava mais gostoso lá! Fiquei tomando quentão, comendo e trocando ideias com o Wildner e a Shely. Coração bateu forte conectado a outros corações com objetivos tão parecidos com os meus! Amei conhecê-os melhor e me senti muito a vontade de me deixar conhecer também! No domingo, acordei meio dia, limpei a casa, comi um churros que a Camila ganhou em uma promoção do facebook, e fomos juntas a um passeio histórico em Santo Antonio de Lisboa, conduzido pelo Guia Manezinho - https://www.facebook.com/guiamanezinho/ -. Aprendi muita coisa sobre a cidade, o tempo estava super agradável e nosso guia foi sensacional, super inteligente, simpático e prestativo! Depois de lá, fui ao espetáculo do Casuo - http://www.universocasuo.com.br/ -, num centro de eventos perto da  rodoviária. Casuo foi palhaço do Cirque du Soleil um tempão, e hoje tem seu próprio espetáculo circulando o país. O show foi impecável, tecnicamente falando, mas cansativo nas suas costuras e finalização. Mesmo assim, valeu à pena, voltei pra casa reflexiva e cheia de ideias novas.









segunda-feira, 12 de junho de 2017

Diário GforC - 10, 11, 12 e 13ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

10, 11, 12 e 13ª Semana
08 de maio a 04 de junho

Bom, pessoal, basicamente, estou com um mês de atraso em meus relatos, e sem tempo - ou disposição - pra escrever com detalhes tudo o que aconteceu nesse último mês, então nesse relato eu vou correr um pouco com os fatos, só pra mantê-los atualizados. Não é por má vontade, porque eu amo escrever, mas realmente a rotina é tão cansativa, que ás vezes, estando em casa, eu só quero descansar corpo e mente, e não fazer nada. Criar é uma das coisas mais cansativas. Mais uma vez, amo criar, e escrever é pura criação, mas tenho estado muito cansada, apesar de me adaptado muito melhor a tudo, equilibrado melhor minhas emoções e me conhecido de maneira profunda! Muita coisa aconteceu nesses dias, muita mesmo, mas vou deixar apenas um gostinho de cada uma e, se você quiser saber mais a respeito de alguma coisa, terei o maior prazer em contar.

Em maio, fiz minha matrícula e trancamento na faculdade, caso seja plano de Deus voltar a fazer veterinária. Em maio, eu comecei a trabalhar como UBER. No início estranhei um pouco a falta de diálogo da maioria dos passageiros, e ainda estou conhecendo as manhas pra poder lucrar com o aplicativo. Porém, estou amando, tem sido uma alternativa ótima e salvadora da pátria pra mim, já que estou com a água no pescoço das contas que tenho pra pagar (contas normais, mas sufocam por causa do alto custo de vida na ilha). Inclusive, na revisão do meu carro, descobri alguns reparos que precisava ser feitos, e lá se foi qualquer dinheirinho a mais que eu poderia gastar. Comecei uma rotina de intercessão todos os dias por pessoas, famílias, povos ou causas diferentes, além de uma rotina de um motivo de gratidão por dia, que eu escrevo em post-it e colo na minha parede, em frente à mesa que vos escrevo. Essas duas atitudes têm sido extremamente nutritivas pro meu espírito! Bom, sigo a leitura de Alma Sobrevivente, do Yancey, que está quase acabando. Comecei a treinar escaleta com a Nina e a Jaine (que conheci na Fhop), que são duas meninas fofíssimas e talentosas, vindas do Acre. Acredite ou não, já sei um pequeno solinho de uma música do filme da Amelie, e um trechinho de The Scientist, Coldplay. Tenho lavado roupas, falado com meus pais todos os dias, e brigado com minha alimentação sempre, pois já são 3,6kg a mais, pasmem, nunca na vida havia cheguado no meu peso atual. Ah, fiz minha primeira trilha na ilha, aqui no norte mesmo, saindo da Praia do Forte. Fui com a Jaine, a trilha foi bem leve, agradável e com vistas maravilhosas da tríplice defesa da baía norte (as três fortalezas que protegiam a baía norte dos ataques e invasões marítimas, localizadas na Ilha de Ratones Maior, Inhatomirim e Praia do Forte). Nesse dia, tomamos sorvete numa tão famosa sorveteria italiana nos Ingleses, mas eu não gostei, pois achei exageradamente doce, não consegui terminar.

Também conheci Campeche e a Lagoa do Perí, com a Milena e a Jaine, num domingo bem gostoso em que saímos juntas após o culto da Fhop. Nesse dia também fomos ao Circo da Dona Bilica pra um espetáculo de palhaços, que foi super bonitinho. Mas, mais legal ainda foi a gentileza de nos passar um café grátis antes do espetáculo, do senhor de olhos profundos, que depois descobri ser o famoso palhaço espanhol Pepe Nunez. Dia doce e marcante! A noite ainda fui comer pizza e tomar caipirinha com a minha amiga Camila, que outrora foi comigo de carona à Curitiba. Sempre temos ótimos papos, e a companhia dela é agradabilíssima, daquelas que não esperam nada de você, além de você mesma, o que é um alívio em meio a um mundo de tantas expectativas. Comprei mais plantinhas pro meu jardinzinho, e um negocinho de colocar água doce pra atrair passarinhos, que, pra minha surpresa, atraiu-os rápido demais, e agora tenho que repor a água a cada dois dias pra esses comilões.Também tive que descongelar a geladeira um dia, que trabalheira! Algumas vezes, fiquei horas no Trapiche, só observando tudo ao redor. Continuo inventando coisas deliciosas na cozinha, e algumas não tão deliciosas assim. Assisti dois documentários incríveis, um que a Pri me emprestou, chamado Pai das Luzes, fala de Jesus de maneira não religiosa, e acho que todos deveriam assistir, é libertador; e o outro se chama Embrace, sobre se desligar da imagem corporal ditada pela mídia, sensacional pra aprender a se amar.

No dia 19 a minha melhor amiga Jake veio me visitar, e ficou até dia 24. Percebemos o quanto somos diferentes, mas, mais importante, o quão grande é o carinho que nos une. Comemos muitas coisas gostosas, jogamos sinuca na Lagoa, o que fazia tempo que eu tava com saudades de fazer. Fomos à uma noite cigana maravilhosa na Casa de Noca, com a banda paulista Gran Bazaar. Me senti naquelas aldeias de Asterix e Obelix, com xícaras enormes de chopp, as crianças correndo embaixo das mesas, e as meninas de saia rodada com sua tranças a dançar. Me senti dentro de um filme, e dancei como se não houvesse amanhã. A Jake não gostou muito. Também passamos bastante tempo descansando, fazendo literalmente nada em casa, o que eu não tinha feito até hoje, desde que cheguei aqui. Fomos ao cinema, pegamos uma trilha que não deu em lugar nenhum, bebemos e conversamos besteiras, andamos pelo centrinho de Canasvieiras, e compartilhamos nossas companhias e ideias. Foi muito bom tê-la aqui! Renovador e gratificante! Ah, comecei e terminei a primeira temporada de uma série muito gostosa: Girl Boss retrata a caminhada de uma garota um tanto mimada, em direção ao seu sonho profissional. Tive dias ruins também, em que chorei querendo muito minha casa, em que me senti um lixo, frustrada, em que me preocupei muito com grana. Fiquei sem carro alguns dias, enquanto este estava na oficina. Assisti um filme profundo e inspirador, por indicação do papai, chamado Redenção, que me fez reerguer a cabeça e ter um momento muito legal e marcante de intercessão. Fui em um festival gospel com cantores gospel do momento, e não me identifiquei com absolutamente nada. Assisti a parte do pedal do IronMan durante 3hs no engarrafamento, o espetáculo do Circo da Rússia, e o filme Piratas do Caribe, no cinema, tudo no mesmo dia de solitude.

Sobre os treinos, eles continuam de matar, ainda mais com o retorno do Pedro (que estava viajando), mas temos todos evoluído muito! Agora começaram os treinos bem técnicos mesmo, e isso é muito legal! Além dos treinos habituais, temos aprendido straps, tecido, lira e trapézio. Enquanto houve sol, fizemos acrobacias ao ar livre com o Luke, o que era muito motivador. Também enquanto houve sol, continuei indo nos treinos de Trapézio Voador, e a cada aula, evolui mais uma figura, fiz até Catch (quando você sai de um trapézio para as mãos de alguém em outro trapézio) já! Nem sei explicar a sensação de orgulho - orgulho bom - e superação que tenho à cada aula dessa! Fiz uma aula de flexibilidade sensacional com o Adilso, bem diferente, numa das manhãs.  Ah, esses dias tivemos nosso primeiro acidente, a Gabi caiu treinando acro e abriu o queixo, foi uma sangueira de assustar, mas não foi nada grave, graças a Deus. Nas aulas de acro coletiva com o Pedro, começamos a ousar mais, fazendo saltos no banquine e terceira altura. Essa é minha aula favorita, aliás, meu dia favorito, pois começa com um treino fitness pesado, passa por flexibilidade, acro coletiva e depois o pedagógico. Não tem dia mais lindo que esse! Tenho aprendido a me divertir com o frio na barriga, e ir mesmo com medo, em quase tudo. No banquine, além de fazer spot (o colega que não deixa o outro morrer, o salvando quando ele cai), fiz vários saltos, e fiquei muito feliz em fazê-los de forma consciente e correta. Na terceira altura - três pessoas em pé, uma encima da outra -, eu faço a pessoa do meio, e pasmem, o medo não existe nessa hora, apenas a vontade de fazer dar certo! E deu, deu certo várias vezes, e também é outro motivo de felicidade! Tivemos dias em que todos nos estressamos e, aqueles que completaram as atividades, o fizeram com sangue nos olhos. Até explodi de exaustão esses dias, gritando e indo chorar no banheiro. Ainda bem que os professores já estão preparados pra isso e não levam pro lado pessoal. Falando em pessoal, o pedagógico voltou, e em uma dessas sextas, fomos tomar café juntos no Open Shopping de Jurerê, em duplas de cegos e mudos, o que provocou sensações muito curiosas. Pra apresentar no próximo showcase, eu, Ana e Gabi começamos a criar um número de trapézio triplo, que está se desenvolvendo lentamente, mas ficando muito legal! Espero conseguir apresentar enquanto minha família estiver por aqui.

No sábado, dia 03 de junho, eu sai pra trabalhar, mas não recebi nenhuma chamada durante muito tempo, então saí a conhecer as praias e bairros ao redor: Daniela, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas, Lagoinha do Norte. Me apaixonei pela primeira. Fui comprar um biquíni e tive uma experiência horrível por causa de uma conversa um cara extremamente religioso, e fiquei com o coração oprimido o dia todo. Fiz um tour histórico assustador pelo centro de Floripa (Floripa Misteriosa), e ainda curti um filme super fofo no cinema: Amor.Com. No domingo meu dia de trabalho foi excelente, recebi muitas chamadas, longas, e cada trecho colaborou pra conhecer várias histórias, e para o caminho de volta pra casa. Foi o melhor dia de Uber até hoje, valeu a pena! Bom, adiantado um mês, fico por aqui e espero não demorar tanto tempo pra voltar!












segunda-feira, 29 de maio de 2017

Diário GforC - 9ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

9ª Semana
03 a 07 de maio

Bom, cheguei pela manhã em Floripa e peguei uma UBER até em casa. Daí lavei minhas roupas, estudei alemão, aguei minhas plantinhas e dei uma organizada no apê. A tarde teve vivência teatral com a Companhia Circar, na cabana deles, e foi bem legal. O diretor deles é meu professor de criação, e eles vão estrear essa semana, dia 01/junho, com o espetáculo "Iminência do Agora", se alguém de Floripa quiser ir ver, segue o link - https://www.facebook.com/events/422693924764293/. A gurizada é empenhada, vale a pena! Depois do ensaio, conheci o apê da Mayla, e depois fui fazer compras. Em casa, assei uma pizza enquanto descarregava e guardava as compras. Comi a pizza, acompanhada de um bom vinho e de um ótimo som, Ben Harper na vitrola. Ainda antes de dormir, fiz chá de maçã, receita da vovó, e doce com a maçã que sobrara. 

Na quinta cedo eu limpei meu carro, fiz uma super salada no almoço e fui ao JUSC para o meu primeiro voô no Trapézio Voador. Subi as escadas sem expectativas, mas quando alcancei a plataforma, tremi as bases. O Felipe colocou as lines - equipamento de segurança para vôos - no meu cinto, me segurou por ele e pediu que eu colocasse a primeira mão na barra. Até aí foi, mas o travamento aconteceu com a ordem de colocar a segunda mão, aí eu não conseguia tirar a bendita mão de jeito nenhum. Durante 5 minutos, chorei, desisti várias vezes, e tive uma boa conversa com o Felipe. Foi quando eu chamei Deus pra ir comigo, e me larguei, vencendo todo aquele medo que me afligia e quase me impediu de viver uma das coisas mais gostosas de toda a minha vida. A partir do segundo voo, não sem medo, eu me diverti muito, curti muito o friozinho na barriga, e as figuras que tinha que criar com o corpo. Não tenho palavras pra dizer o quanto isso é uma superação e uma alegria na minha vida! Lembro de ver trapezistas voando em alguns circos e ter uma imagem tão longe e inalcançável dessa modalidade, como algo do qual eu nunca iria me aproximar. E de repente, eu voei. Voei no trapézio voador, igualzinho aos heróis da infância, aqueles homens e mulheres maravilhosos cheios de coragem. De repente, eu. De repente, maravilhosa e cheia de coragem. Eu, maravilhosa e cheia de coragem. Gratidão transborda em meu coração. À Deus e às pessoas que não pouparam coração pra me dar incentivo e coragem: Felipe, Júlia, Vini, Duh, Vic, obrigada gente!! Depois da aula de vôos, eu fui ao cinema, assistir <3 assistir="" aula="" b="" cinema="" da="" de="" fui="" o="" os="" para="" v="">A Cabana. Já era fã da história, que foi o primeiro livro que meu querido pai leu, quando o ganhou de presente de mim, e também foi transformado pela história, assim como eu. Mas a versão dos cinemas trouxe um refresco enorme, uma reflexão pura e forte através das imagens. Recomendo a todos! Uma história sobre Deus, perdão, força e amizade. Vai muito além disso, mas só assistindo pra sentir. Bom filme, amigos! Comentem comigo depois.

Na sexta eu ajudei a Milena, amiga da Fhop, com sua mudança. Carregamos tudo perto da UFSC e descarregamos tudo nos Ingleses, e foi um grande prazer fazer parte dessa corrente do bem. Tivemos dinâmicas teatrais com o Suga no gramado do JUSC a tarde, e a noite fui com as meninas da Fhop na igreja Mais de Cristo (http://www.maisdecristo.com.br/), uma Assembleia de Deus muito boa lá no continente. Fomos ver uma das peças do Jeová Nissi, grupo de teatro cristão que eu sempre ouvi falar, mas nunca tive curiosidade, até ser surpreendida com a qualidade do trabalho deles nesse dia. O teatro foi incrível, falava sobre relacionamento, mas o mais espetacular foi conhecer todo o trabalho do grupo pelos vídeos e falas dos artistas. Através da arte, escolas, resgate de meninas na África, Índia, esse pessoal realmente vive  o Reino de Deus na Terra. http://www.cianissi.com/ - o link é esse, caso você tenha ficado curioso! A galera é top de linha, muito compromissada, talentosa, e sim, deu aquela coceirona no coração, e a partir desse dia, eles e a possibilidade de fazer parte do grupo, não saem de minhas orações. Fui para casa impactada.

No sábado cedo curti uma preguiça, limpei a casa, li bastante e tive um momento intenso de oração pela Índia. Também, sem nem ter pensado nisso, só lembrando das imagens do dia anterior, eu abri meu Youtube e tinha uma sugestão de uma banda de folk indiano com o nome da cidade onde o Jeová Nissi tem o trabalho na Índia. Ao clicar play, a primeira música começava com uma repetição das sílabas do meu nome. Se você duvida ou quer ouvir com os próprios ouvidos, clica aqui - https://www.youtube.com/watch?v=6nUCHw40j1o&list=FLvfAfH5aPVKaS9wbQ62_aRQ. Depois disso foi só choro e oração. Pisei em terras e penetrei corações indianos nessa tarde, sem dúvida alguma. No final da tarde, fui à Praia do Forte, um dos lugares mais lindos que já conheci aqui, com a Mayla e a Jennifer, tomar chimarrão e compartilhar ideias profundas a respeito da vida. Foi um tempo de excelência com essas duas, que companhias agradáveis! De lá, tomamos um café e fomos ao Circo da Dona Bilica, no Morro das Pedras, sul da ilha, pra ver o espetáculo dos Irmãos Sabatino, de SP. O circo é uma graça, uma estrutura incrível, quase beira-mar, com banheiros, restaurante, café, lojinha e uma pseudo-lona muito aconchegante, além de idealizadores sem igual, super queridos (https://www.circodonabilica.com.br/)!! Pra continuar os elogios, tenho que falar do espetáculo VaiQueEuVôo, dos Irmãos Sabatino (http://irmaossabatino.com.br/espetaculos/vaiqueuvoo/), em que os meninos são aviadores atrapalhados. Um número tecnicamente impecável, engraçado de um jeito muito acolhedor e fofo, e costuradinho, com a energia mantida o tempo todo pela música ao vivo vinda das mãos e do coração de um rapaz muito sorridente, que abraça de verdade! Gente, que número gostoso de assistir, de participar! Nota dez! Quando eu tiver um número, quero um que cause o amor que este me causou! Coisa linda!! Pra fechar a noite com chave de ouro, eu comi uma tortilla espanhola, que tinha na cantina do circo, relembrando os bons tempos na Espanha. Gostinho de saudade!

No domingo eu fui no culto da Fhop com as meninas, e a pregação do Pastor Dwaine foi simplesmente sensacional! Foi baseada em algum texto do livro de Josué, e falava sobre a grandeza de Deus, citando galáxias, estrelas, universos... e como nosso medo não faz o menor sentido perante a infinitude do nosso Pai. Almoçamos juntas, compartilhando as reflexões que a palavra havia nos trazido, além de combinarmos viagens, discutirmos conceitos, etc, etc, aproveitando que nossos planos haviam sido frustrados devido à chuva que caiu a tarde toda. Quando a chuva deu uma trégua e resolvemos ir ver o pôr-do-Sol, tivemos uma desagradável surpresa ao perceber que meu carro havia ficado preso no estacionamento da igreja. Não tinha mais ninguém lá, e o portão estava trancado. Rimos, mas de nervoso, e começamos a saga de achar alguém que tinha o controle, e até ligar na empresa nacional de segurança, nós ligamos. Acabou que, após um tempo esperando, e tendo que comprar uma água de cocô para poder sentar na lanchonete do Posto de Gasolina, um dos rapazes responsáveis pelo estacionamento, veio nos salvar. Com o rabinho entre as pernas, morrendo de vergonha da situação, eu agradeci muito a disposição dele. De lá, fomos conhecer a casa da Gabriela, e depois fomos todas pra casa, descansar. Foi um dia precioso! Vou lembrar da nossa viagem pra Minas em setembro, ein gurias?!



















sábado, 20 de maio de 2017

Diário GforC - 8ª Semana/2

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

8ª Semana
28 abril - 02 de maio

Na sexta de madrugada, passando por Passo Fundo, a temperatura indicava 4ºC, e todas as graminhas lá fora estavam debaixo de gelo, enquanto fumacinhas geladas subiam dos lagos. Chegando em Panambi, o vovô Geraldo veio me buscar, depois de buscar o Fábio, meu primo que estuda agronomia em Maringá. Abracei os dois, daquele jeito meio sem jeito. Faço questão de apertar quando percebo a hesitação característica desses gaúchos em abraçar. Chegamos, enfim, à casa da vovó, sempre com aquele cheiro maravilhoso, incomparável, e aquele aconchego quentinho, enquanto tudo lá fora estava frio. Dei um longo abraço nela, conversamos no hall de entrada, tomando chimarrão, e logo era hora do almoço. Após o almoço, me arrumei pra ir na consulta médica da vovó, em Cruz Alta. O tio Daniel nos levou. Chegamos antes das 15hs e o médico da vovó só atendeu ela depois das 18hs. Nesse tempo, conversamos bastante, e ficamos entediados de tanto esperar. Felizmente, o consultório era sensacional na decoração, tinha várias revistas e até vídeos a secretária passou pra assistirmos. Quando tive fome, procurei a cafeteria do hospital e comprovei aquilo que já imaginava, que as cafeterias de hospitais são incríveis!! Comi um pão de espinafre com requeijão, delicioso, acompanhado de um cappuccino. Depois do atendimento, fomos pra casa, jantamos e fomos dormir cedo.

Amo a casa da vovó, e quando estou lá, meu ritmo se adequa ao ritmo dela. Dessa vez, foi bem lento, já que a vó estava se recuperando de uma internação. A acompanhei todos os dias no hall de entrada da casa, a tomar chimarrão, chás, e fazer crochê, ou tricô, não sei bem o nome daquele afazer que ela tanto gosta. Desacelerar foi a ordem, e eu segui com muito gosto! No sábado, depois da rotina da manhã, e de brincar com minhas primas pequenas, a Marli serviu pastéizinhos de queijo, que não existem em nenhum outro lugar, iguais aos que comemos ali na casa da vovó. São deliciosos! Marli é a moça que cuida da vó todos os dias, faz comida, se preocupa e a escuta, o que é mais importante. Ela faz parte da família, e é uma amigona. Junto aos pastéis, foram servidas batatas fritas sem óleo, vindas de dentro daquela máquina airfryer, olha que modernidade! Almoçamos com bastante gente à mesa, já que os primos e tios que moram perto se juntaram a nós. Descansei um pouco, e a tarde fomos pescar no açude da Santa Isabel, a fazenda onde fica o carrossel e as vaquinhas de leite. As pequenas logo cansaram e foram fazer fogueiras e barracas com gravetos, enquanto nós, maiores, não nos cansávamos de colocar minhocas e puxar lambaris, carás e até uns peixes maiores que não me lembro os nomes. Em meio à pescaria, pude conversar um pouco com meus primos Fábio e Malu, sobre questões familiares, futuro, profissão, anseios, etc. Creio que tenha sido a primeira vez que pudemos conversar sobre isso. Quando cansamos, recolhemos as tralhas, comemos salgadinhos, e ajudei as pequenas com os gravetos. O campo de fenos enrolados no plástico se tornaram diversão, enquanto pulávamos por cima deles ao pôr-do-Sol, gravando boomerangs. Em casa, a tia Nica, que havia nos acompanhado na pescaria, fritou os peixinhos e comemos como aperitivo, já que tínhamos marcado de sair a noite. Fomos a um restaurante chamado Farfalle, onde tive a oportunidade de provar massas incríveis e diferentes das que conheço, por um preço muito acessível. Foi uma noite agradável entre primos e tios, e, mesmo que eu tenha ficado no cantinho da mesa, meu olhar descansava naquele momento de satisfação. Família! Nessa noite, fui pra casa da tia Nica brincar com as meninas até tarde, e dormi por lá, dividindo a cama com a Dominique.

Domingo é dia de churrasco, e o vovô se levantou cedo pra colocar a carne na churrasqueira. Quando cheguei na casa da vovó, já estavam todos preparando os detalhes pra receber todo mundo à mesa. A vovó até passou um pouquinho mal quando viu que estaríamos todos reunidos, mas ela descansou e ficou bem logo. Oramos, todos à mesa, em gratidão a Jesus pela família e pela refeição. Vem carninha, vai carninha, e lá estamos nós, comendo o melhor churrasco do mundo. Sentei na mesa com as crianças, como sempre, e assim enchemos todos os lugares, passando bandejas de maionese da vó, salada verde, farofa, arroz, garrafas de coca, suco de morango e chá de maçã, pra lá e pra cá, e sendo muito bem servidos com costela e carneirinho, pelo vovô Geraldo. Daí vieram as bandejas de sobremesa, com pudim, manjar de morango, sagu e picolés. Depois do almoço fui com a tia Déia e a Malu na AVOCAP, uma instituição que abriga crianças afastadas de seus lares. Passamos uma parte da tarde brincando com as crianças, correndo, ensinando circo, sendo lambidas, dando mamá, carregando no colo, oferecendo lanche e pirulitos. Foi um tempo renovador, precioso e me trouxe à memória aquilo que me dá esperança. Saí de lá abençoada, e espero ter abençoado pelo menos um pouquinho, aqueles anjinhos de carne e osso. Depois de lá, fomos pra fazenda conhecer o pequeno paraíso do tio Jorge e da tia Déia, uma cabana de madeira na beira da lagoa, com pinhos altos ao redor, coisa mais linda! Me senti em uma daqueles perfis do face ou insta, sobre acampamentos e cabanas. Ficamos um tempinho lá, vi minhas priminhas loucas pilotando o quadriciclo, e depois voltei para jantar aveia junto com a vovó. Ainda fui à igreja com a tia Nica, depois comemos pizza, conversamos muito e oramos juntas.

Na segunda, feriado do dia do trabalhador, o Fábio voltou pra casa, e eu passei o dia todo com a vó Iloni, na velocidade dela, curtindo sua companhia, e trocando algumas palavras de vez em quando. A família da tia Nica veio almoçar conosco, descansamos após o almoço, e no final da tarde fomos ao velório de uma conhecida da vó e do vô. Desde que a vó esteve internada, esse foi o primeiro dia que ela saiu de casa. Acredito que tenha sido bom pra ela, pois ela conversou bastante, respirou ares diferentes. A noite, a vó fez sopa de ovo pra mim, uma especialidade dela, que, por sinal, é maravilhosa. Comi tudo, pois ela não me permitiu deixar nada no prato. Me senti muito amada, e ela também, acredito. Depois que ela foi dormir, fui pra casa da tia Nica comer pinhão.

Na terça-feira, acordei a tempo de compartilhar o café na mesa com a vó e o vô. Tomei banho e, junto com a vó - dirigindo, inclusive -, fomos à Cotripal, fazer compras - aliás, como ela diz, fazer o rancho - para a casa, e algumas coisinhas que eu queria levar de lá. A vó fez a festa, e encheu dois carrinhos de "coisinhas que faltavam em casa". Acho graça, pelo menos ela saiu e isso fez muito bem à ela. Quando chegamos, ajudei a descarregar as compras, enquanto a Marli as guardava. Tomei chá com a vó, e, enquanto ela fazia tricô - ou crochê, como havia dito -, eu fazia suas palavras cruzadas. A tia Déia, Domi, Dani e Malu, vieram se despedir enquanto tomávamos mate. Almoçamos, eu sai pra catar umas pocãs e laranjas pra trazer pra casa, arrumei minhas malas, tomei um banho e fui me sentar ao Sol, acompanhando meu avô. Logo a tia Nica e a vó chegaram também, lanchamos, oramos juntos, e o vovô me levou no posto, onde o ônibus iria parar pra me pegar. Enquanto esperava o ônibus, o vô Geraldo contou suas histórias, o trajeto de seus pais, a Guerra, o encontro com a vovó, as conquistas de trabalho, imigração, etc, etc. Amo ouvir suas histórias, mas por bem ou por mal, quase nunca as recordo, e sempre fico feliz em ouvi-las novamente. O ônibus chegou um pouco atrasado, me despedi do vovô com um abraço forte e parti para o regresso. Dormi e acordei umas 34 vezes até chegar em Floripa.







quinta-feira, 18 de maio de 2017

Diário GforC - 8ª Semana

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

8ª Semana
24-27 de abril

Na segunda pós aniversário, eu acordei tarde, terminei de organizar a bagunça, lavei todas as louças, e também minhas roupas. O treino à tarde foi bem animado, era aniversário da Ana. A aula de flexibilidade com a Nick foi sensacional, e também teve trampolim, parada-de-mão e criação. Após o treino, eu dei carona pra Gabi e pra Pri, pra podermos conversar e compartilhar nossos sentimentos quanto ao GforC, foi precioso! A noite e durante o resto da semana, continuei respondendo minhas mensagens de aniversário, uma por uma, do whats, facebook, messenger. Jantei, montei um pouco do quebra-cabeça e fui dormir.

Na terça, acordei feliz, fui ao Detran buscar minha CNH nova, e depois ao escritório da Uber, pra terminar meu cadastro. Almocei e fui ao treino, que foi intenso nesse dia! Teve parada-de-mão, aéreos, saltos, jogos teatrais, movimentação e flexibilidade. Levei a Pri e a Vic em casa, e montei um pouco de quebra-cabeça. Ao verificar minhas passagens pro Rio Grande do Sul, que havia comprado pra visitar minha família no feriado, percebi que elas haviam sido canceladas pelo cartão.

Então, na quarta cedinho, liguei na rodoviária e comprei minhas passagens de ônibus até Panambi. Deu tudo certo. No almoço, fiz um gratinado de frango com purê de abóbora direto do pavilhão gastronômico do céu! No treino a tarde, antes de iniciar a parte física, tivemos uma conversa motivacional com o Paulão, campeão olímpico de vôlei, novo diretor do JUSC. Foi incrível ouvir suas experiências e seus conselhos pra nós, enquanto novos atletas. Após a conversa, o Pedro e a Nick fizeram um treino de circo fitness matador, com milhões de exercícios, um após o outro, sem parar pra descansar. Não consegui completar corretamente quase nenhum deles, pois foi, de fato, bem pesado. Quando terminamos, estávamos mortos, e o Pedro nos chamou pra conversar e falar sobre como não estávamos nos comportando como grupo. Aproveitamos o espaço pra falar sobre nossos objetivos, sentimentos, frustrações, sonhos, etc, e a equipe novamente nos lembrou do privilégio e da conquista que é estar aqui, quais os sonhos deles pra nós, como eles trabalham, o que pensam, etc. Foi lindo pra lembrarmos qual o nosso objetivo pessoal aqui, renovar o fôlego e relaxar a pressão um pouco. O psicólogo esportivo da equipe de ginástica da Nick também estava nesse dia, e expressou algumas palavras marcantes, que me fizeram ver o quão importante era o papel dele. Falou que sua função é levar as pessoas a conquistarem seus sonhos, e isso é incrível! Ainda tivemos flexibilidade, e depois o dia lá fora nos agraciou com um pôr-do-Sol espetacular, um verdadeiro show! Esse dia foi realmente especial! Estava bem cansada ao final de tudo isso, mas ainda arrumei minhas malas e pintei as unhas antes de dormir.

Na quinta fui ao treino, mas fiquei até na metade, pois precisava pegar o ônibus para o RS. Tomei um sorvete, me arrumei e chamei o UBER, que me levou até a rodoviária, com papos bem legais, em meio ao trânsito intenso que estava naquele horário. Felizmente, cheguei a tempo, peguei o õnibus e partimos em direção à Panambi. Uma garota super legal de Passo Fundo sentou ao meu lado, e conversamos a viagem toda, nos raros momentos em que não estávamos dormindo. Comi sopa de iolanda na parada do jantar.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Diário GforC - 7ª Semana/2

Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC

7ª Semana
21-23 de abril

Acordei bem cedinho na sexta, tomei banho e fui buscar a mamãe na rodoviária. Quando ainda estava a caminho, ela me ligou, dizendo que já havia chegado. Me aprumei e, quando cheguei lá, ao final do espaço de embarque/desembarque, me deparo com uma loira linda, cabelos soltos, óculos com ar de intelectual, com uma mochilona laranja de trilha nas costas. Era minha mãe, fazendo sinal com os braços pra que eu a avistasse. Estacionei, desci do carro e lhe dei um abraço infinito, inalando profundo aquele cheirinho de casa de vó que estava em suas roupas, e o cheiro inconfundível do seu cabelo macio. Colocamos as malas no carro e fomos tomar café no Café da Mary, sobre o qual já falei aqui. Optamos pelo café colonial, completíssimo, com ovos mexidos, pãezinhos diferentes, presunto, queijo, pães-de-queijo, frutas, cucas, tortas, café, leite, etc, etc, etc. Nos atualizamos e contamos as novidades enquanto apreciávamos a refeição farta. Mary também compartilhou um lugar em nossa mesa, afim de conhecer a minha mãe, de quem eu havia falado anteriormente à ela. De lá, fomos para casa. Subi as malas da mamãe, ela conheceu e gostou muito do apê, e então nos sentamos na cozinha pra falar sobre como havia sido o período dela com a vovó. Choramos juntas, oramos juntas, conversamos muito, e foi um momento precioso entre amigas. Fiz um strogonoff de carne para o almoço, comemos juntas, e então decidimos descansar, já que a mamãe estava muito cansada (eu entrei na onda e não fui para o treino, aproveitando pra dormir com as pernas entrelaçadas nas da mamãe). Quando acordamos, abrimos malas, descarregamos coisas, ganhei presentes de aniversário, organizamos as coisas novas, até decidirmos sair pra passear no final de tarde. As meninas da Fhop me deram a dica de Santo Antônio de Lisboa, e então fomos pra lá. Me encantei pelo lugar e pelo passeio, que se iniciou com um lindo pôr-do-Sol à beira-mar, em meio aos barcos ancorados perto da areia. Andamos até a igreja, galerias de arte, casas de artesanato, padarias, respirando a energia super agradável do bairro e das pessoas por ali. Nos sentamos no deck de um dos restaurantes e pedimos uma moqueca, além de um chopp, enquanto esperávamos a comida. Compartilhamos momentos preciosos ali. Quando a comida chegou, mamãe me surpreendeu, pedindo que eu chamasse o senhor que estava a tocar violão na praça para comer conosco. Ele não aceitou, em um tom um tanto rude, mas não me importei com sua postura, já que o fato da mamãe ter sugerido aquele convite ter sido o que mais me importava no momento. Terminamos de comer, tomamos mais um chopp, e então fomos para casa dormir cedo.

No sábado, tomamos café em casa e fomos cavalgar em Moçambique. Como foi a minha melhor experiência aqui, quis levar a mamãe para experimentar também. Confesso que fiquei preocupada por não ter pensado que a cavalgada era longa e a mamãe pudesse se sentir desconfortável. Mas, aparentemente, ela gostou muito. Fez muitas perguntas ao guia, tirou muitas fotos, e ficou admirando a paisagem. Eu fiquei ansiosa por fazer vários passeios e levar ela pra conhecer um monte de coisa, sem me dar conta de que a mamãe não gosta muito disso, ela curte um sossego, calmaria, descanso. Mas vivendo e aprendendo, nesse dia eu fiz ela passear bastante. Almoçamos na Lagoa, um peixinho frito acompanhado daquela cerveja gelada. De lá, paramos em alguns mirantes, e depois fomos ao mercado, pois a mamãe havia feito uma lista de coisas que faltavam em casa e que ela queria comprar. Eu aceitei e agradeci, minha casinha tá bem mais completa agora! E nem é por causa das coisas que compramos. É porque a mamãe esteve aqui, andou em cada cômodo, passou pela varanda, tomou banho no meu chuveiro, sentou na mesa do café, dormiu ao meu lado na cama, deixou seu cheirinho em cada canto, e fez do meu canto, um lar! Depois da visita dela, me sinto muito mais confortável aqui. No mercado, tomamos um café, e quando voltamos, ainda deu tempo de dar um pulinho na praia e olhar o pôr-do-Sol. À noite, a levei no Showcase da escola, do CircoCan, e ela simplesmente amou! Ficou de boca aberta em cada apresentação, e elogiou os artistas um por um. O que também se deveu ao fato de que eu a apresentei pra todos os meus colegas, amigos e professores, um por um. Quanto orgulho de lhes mostrar a minha mãe, a mulher que eu mais admiro na vida. Estava super excited e orgulhosa por tê-la do meu lado! Ela conversou com várias das pessoas a quem eu a apresentei, e no final, estava até cansada. Em casa, a pedido dela, assistimos um episódio de Bones na Netflix, e fomos dormir.

No domingo, dia 23 de abril, foi o dia que Deus escolheu pra que eu viesse ao mundo, ou seja, era dia de celebrar a vida e agradecer com todo o meu fôlego! E eu já acordei me sentindo extremamente amada pelo "Bom dia" e o "Feliz Aniversário" da mamãe, ao meu lado na cama, com a cabeça em posição lateral, um olho em cima do outro, acomodada no travesseiro. Aqueles olhinhos e o sorriso que lhes faziam companhia, vindos do ser que não cansa de amar. Abracei ela ali mesmo, rolando de um lado pro outro. Daí fui pra sacada, ver o Sol do meu dia, e o parabenizar de Deus, feliz com a sua criação. Eu, mais feliz ainda, por ser amada por Ele. Tomamos café juntas, circundadas por uma atmosfera de amor. Nos arrumamos rapidinho, pois eu tinha que levá-la no aeroporto, já que a passagem mais em conta era no domingo mesmo. No aeroporto, tomamos um cappuccino e eu abracei ela um milhão de vezes, enquanto ela ainda não havia entrado na sala de embarque. Chegou a hora dela ir, e eu a abracei novamente. Após deixá-la, fui ao culto na Igreja no Cinema. Ah, como fui bem recebida por Jesus naquele lugar, como agradeci em melodias pelo dom da vida, pela felicidade que transbordava em mim. Deus falou comigo do começo ao fim, sobre honestidade, principalmente comigo mesma, com aquilo que Ele pensa de mim. Fui ministrada a respeito de auto-estima, algo que há tempo não percebia como estava em mim. E estava mal! Mas o Pai não se cansa de lembrar o quanto nos ama e o nosso valor diante dEle. Ele me ama, o Pai me ama. E importa que eu acredite e assuma aquilo que Ele pensa a meu respeito.

"Bem sei os pensamentos que tenha sobre você. São pensamentos de paz, e não de mal, para lhe dar o fim que tanto desejas." Jeremias 29:11
 

Para acompanhar essa mensagem, todos os desejos de feliz aniversário me fizeram sentir tão especial, tão querida e amada, que mal podia acreditar em tanto carinho e em tanta gente que me quer bem, e fez questão de ressaltar a pessoa incrível que sou. E digo isso sem um pingo de orgulho, foi mesmo pra me completar com estima, com a certeza de que sou muito amada e de que sou especial. Nesse clima de gratidão e amor, eu continuei meu dia, indo ao mercado comprar as cositas que faltavam para fazer o meu chá de aniversário. Sim, eu convidei meus amigos em Floripa para comemorar o meu dia e a minha vida, com chás, bolos, tortas, música e jogos. Bem a la Luma mesmo, como no convite em anexo. Passei a tarde organizando a casa, o salão de festas, fazendo uma torta salgada com massa de couve-flor maravilhosa, e o famoso e melhor bolo do mundo, de cenoura com cobertura de brigadeiro. Terminei de colocar a cobertura, já tomada banho e cheirosa, às 17:55hs, sendo que havia combinado com o pessoal às 18hs. Depois disso, acendi o palo santo no salão, apertei o play no álbum A Casa é Sua, do Arnaldo Antunes e pus-me a esperar ansiosamente pelos meus convidados, que demoraram a chegar. Com os que vieram, me senti em casa, em boas companhias, conversei bastante, fiz com que eles também se sentissem em casa, brincamos, rimos, e foi bem do jeitinho calmo e agradável que imaginei. Assoprei velinhas, e até coral de parabéns rolou. Depois que eles foram embora, ainda recebi a Mayla louquinha, conversamos bastante e terminamos de comer tudo o que havia sobrado. Quando ela foi embora, eu dei uma organizada em tudo, antes de começar a responder minhas mensagens de aniversário. Gratidão foi a primeira e última palavra e sentimento do dia. GRATIDÃO!