segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Desejos do agora


Sentada na varanda de casa, corpo e pelos aconchegados nas minhas coxas, o peito aperta em acordo com o momento, e resulta em lágrimas escorrendo pelo rosto. Lágrimas daquelas que não se é capaz de segurar, daquelas que vêm através do total sentimento de paz, e de saber que se está no exato lugar e momento em que se devia estar. Penso em como os anseios de outrora já não são os mesmos que ocupam lugar em minha mente e coração. Sinto a alma desejar profundo aquilo que permanece, que fica, que dura, que pousa. Ouço o diário pedindo por histórias que se fazem a partir de experiências repetitivas e rotineiras, nas quais não se está só, mas dessa vez, completo e bem acompanhado. Não dá medo, não tem dado medo mais. Quero escrever sobre todas as tardes em que sento na varanda com os meus filhos caninos, sobre os meses que demorei pra montar o meu quebra-cabeça, sobre o trabalho no qual perseverei e conquistei frutos não só pela qualidade, mas pelo tempo que dediquei a ele, sobre os anos compartilhados com você, com todas suas dificuldades, e com as alegrias, sobre a quantidade de aniversários das crianças comemorados, sobre quantos réveillons passamos juntos, e quantos lugares visitamos. Quero escrever sobre mim e sobre você, sobre todos os anos em que vou te amar, pois eu sei que vou te amar. Sinto o corpo relaxar com a sensação que esses novos sonhos me trazem. Lembro da sensação do espírito desejando pelo eterno. Grata estou pelas etapas da vida. Grata estou pelos presentes, surpresas, desafios e escolhas da vida. E assim como em todas as outras etapas, dou início a essa através daquilo que mais me agrada e desafia: escrever.