terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Circular e cheia de cores


É tão bom ser uma lona
E ser circular ao invés de tão quadrada
É tão bom ser cheia de cores
Ao invés de cinza e amarga
É tão bom contrariar os sentidos
Ao invés de ser aquilo que todos esperam
É bom trazer calor e abrigo
Ao invés de cinismo e conformidade
É incrível trazer magia e alegria
numa rua cheia de esquecimentos.

E então chega a noite, esquece-se
Os amigos, os sonhos e o perdão
Esquece-se o brilho, a inocência
O sorriso e a compaixão
Esquece-se tudo
Só não esquece a saudade.

E hoje tem espetáculo?
Tem sim. Tem sim, senhor!
Tem o circo da saudade
A saudade das estripulias de outrora
Dos sorrisos sem motivos
E dos perdões imerecidos
Da casa de todos nós,
da origem dos avós
Dos doces, das fantasias,
das roupas de boneca,
de onde ninguém tinha cor, sobrenome ou roupa mais bonita
Do jardim secreto, de Alice
De nós, de todos nós.

É tão bom ser uma lona,
e lembrar.






Nenhum comentário:

Postar um comentário