terça-feira, 10 de maio de 2011

A dois passos de São Paulo

Primeiro que eu nem acreditava mais que eu ia, na minha cabeça ia ser mais umas das vontades malucas que ficam só na vontade. Mas quando eu comprei a passagem pra SP foi que eu caí na real: "Ô loko, eu vô mesmo pra sampa, num festival de música?!!" E encontrei uma filha mais maluca que eu, que, de um dia pro outro, também resolveu ir. Fomos nós, com a expectativa de um Rock in Rio Gospel. As presepadas já começaram no ônibus, que resolveu deixar a gente em uma parada enquanto escovávamos os dentes. Se não fosse a minha paranóia, a gente nem havia entrado com a boca cheia de pasta, e teria realmente melado nossa viagem. Com isso, fizemos um amigo engraçadinho que resolveu rir da nossa cara. Marteen. Um filho de holandeses que mora em Maracaju-MS, na lavoura dos pais dele. Já vendeu sanduíche na rodoviária, já foi nadador, ciclista, cheff de cozinha, fala holandês e português, já morou na Holanda e rodeou ela de bicicleta junto com o irmão, e hoje trabalha na lavoura, faz acupuntura em SP, onde mora sua mãe, e está à espera das maratonas holandesas, em maio, para as quais nos convidamos (é, nos convidamos, eu e a Gih). Ah, só pra constar, o garoto tem apenas 21 anos, o que me faz querer GRITAAAAAAAAAAAAAAAAAR. Mas vamos continuar a história.

Chegando em SP Marteen nos ajudou a pegar o metrô, que por sinal, andava muito perto das paredes, e por isso eu fiquei com uma puta duma dor de cabeça já no primeiro dia. Chegando na estação Belém, pegamos um táxi, andamos duas quadras (¬¬) e chegamos no apartamento da Hellen Favaro, a mais maluca da história. Sua mãe estava nos esperando, e logo ela mesma chegou. Tomamos banho, nos aprontamos, com expectativas a mil, comemos um sanduíche e depois de horas esperando a Hellen escolher seu casaco (fato! kkk), partimos para o LOVE FESTIVAL 2011! Eu nunca rachei tanto de rir quanto quando eu vi aquele galpão (Clube Sattva), e aquelas 300 pessoas. Não, não me frustrei, mas foi hilário as pessoas nos perguntando: "Vocês viajaram 24hs SÓ pra o evento?" Sim, valeu muito a pena! Tivemos que tomar um energético e depois entramos. Procurei, mas não reconheci nenhuma das pessoas que combinei na internet de nos encontrarmos lá. O evento foi oficialmente aberto pelo Marco Faria, que agitou o pessoal com sua poesia que expressava paixão e simplicidade, me fazendo lembrar muito das aulas do Lauré na ETED em 2008, e todas as sensações boas que seguem essas lembranças tão de perto. Seguido pelo Téco Martins, que me fez dançar country e cantar "A lua ilumina a chapa, shalalalala", rindo muito. Até onde eu saiba ele foi o único cara que tocou que não era cristão, e, por incrível que pareça, a frase que marcou o festival foi justamente dita por ele: "Enquanto você odiar alguém, você não é livre", citada no dia posterior pelo Marcos Botelho. Depois do cara engraçado, de estilo peculiar, tocou Danni Distler, um cara que por pouco não conheci em São Luís do Maranhão no último KK, e que, além de um som de qualidade e um talento incrível, rasgou o verbo e me fez sentir a liberdade na dimensão do céu. Cantei "o amor é importante porra" de boca cheia, diferente da forma como escrevo agora. Ainda depois dele tocaram os integrantes da banda Tanlan, gaúchos que tinham um som muito bom, que me surpreenderam com "I gotta felling" e "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã", mas como é fato, um show nunca é tão legal quando não se sabe as letras pra cantar junto. E, pra fechar com chave de ouro, as letras inspiradas pelo Papai e a melodia suave e "cantante" (aquelas que dá vontade de cantar) do Palavrantiga. Como era de se esperar de alguém tão estabanada, liguei pra uma grande amiga quando sua música preferida começou a tocar e a deixei ouvindo "Eu sou casa, lugar de Deus..." por um tempinho. Somente no outro dia descobri que havia acordado sua mãe à 1:30h da manhã com um barulhão daqueles no ouvido. Enfim, eu nunca imaginava que a mãe dela era quem iria atender o telefone. Acontece nas melhores famílias. Ah, depois do Danni Distler estávamos tão cansadas e com fome que sentamos junto com o Evandro e curtimos o show de trás do palco mesmo. Afinal, 24hs não são 24 minutos. E mesmo assim, saímos pra comer no bar do frango, do lado do bar da vaca (Siga la vaca kkk)! Eu, Hellen, Gih, e o Isaque, uma criatura lesada que tirou fotos do evento, e nas horas vagas, fazia piadas toscas e esbanjava sono. Pedimos um frango inteiro assado, o que desde já era coisa incomum pra mim. Depois disso visitamos o bar macabro da Dercy, com aqueles vestidos de lantejoula e as cortinas vermelhas, e as cantoras de cabaré. Como o Isaque ficou com medo de entrar lá, tomamos uma cerveja ali fora mesmo, e só a Helen gastou R$18,00 numa batidinha. Mas no dia seguinte ela nos confessou que havia se arrependido e disse que iria começar a gostar de cerveja a partir daquele dia. Esperamos o metrô recomeçar suas atividades e fomos pra casa dormir. Pra não esquecer, em algum momento o Fabrício Cunha nos levou a refletir muito sobre a nossa história, sobre viver para o outro, sobre perdoar, e ficou marcado que Deus não se cansa de nos dar uma nova chance. Noite de decisões. Bom, além disso fizemos um minuto de silêncio pelas crianças que foram mortas na escola no Rio de Janeiro.

Não acordamos cedo. Hora do almoço, nos aprontamos, e passado mais um bom tempo pro Hellen escolher o casaco, saímos com destino ao Love Festival. Chegando lá, uma menina maluca me parou, perguntando se eu era amiga da Jake, de Rondonópolis. É, era a Leane, da Avalanche Missões Urbanas, e me perguntou pela camiseta, mas vai saber porque pensou que eu conhecia a Jake (mistério). Enfim, pessoas divertidas e inteligentes, ela e o Gabriel. Entramos, e já haviam passado duas bandas. O Eduardo Mano transformou o ambiente numa adoração sincera, foi muito legal, orei, viajei, pensei sobre escolhas. Logo depois entrou a banda revelação do Love Festival, que me levou a balançar as mãos como um mano, cantar alto os refrões e sorrir grande de satisfação! Que música boa, que galera talentosa essa do Crente Crew. A galera lotou o espaço quando a banda Crombie entrou, com suas letras conhecias (Thank God!), espontâneas e gostosas de curtir, balançando o povo e o fazendo cantar alto. Ainda subiu no palco outra banda super esperada pelo povo, Jude Airplane, com sua melodia pouco comum que embalava a galera ao delírio e a dizer para os problemas que eles não são maiores que Deus. Caretas peculiares atraíram minha atenção, e foi engraçado comentar isso com o vocal e baixo da Banda, Davi Aono, ao final do festival. Pra ter chave de ouro, e um dos motivos que mais fez valer a pena a viagem, foi a pregação do Marcos Botelho, que falou sobre a diferença de amor e religiosidade encima da passagem da cura do coxo no tanque, durante a festa dos fariseus. Agradeço a Deus pela sabedoria, criatividade e simplicidade desse homem. No final da noite, com apenas 20 minutos, mas excelentes 20 minutos, a banda Resgate me levou e acho que a galera toda à nostalgia boa de tempos atrás com Rock da Vovó e outras. Os caras curtiram muito, são ótimos profissionais, e arrasaram na adoração. Cumprimentei o Rafael pelo evento maravilhoso, e confirmamos presença para o próximo! Compramos camisetas, claro, não pode faltar. E go balada.

Pegamos o metrô direto pra Paulista! Comemos pizza, salada, sobremesa, e um bom vinho na Bella Paulista. Descemos e subimos a Augusta, conhecendo cheiros, cabelos, estilos, diversidade, marcas, pensamentos, e a nós mesmas. Na Paulista parei a música e tirei foto com o cara da guitarra rosa, e sentada, pude conhecer a outra parte de São Paulo: a indiferença (a primeira é a diversidade). Nos encontramos com uma galera da Vineyard/Capital Augusta e uma galera de Limeira (pessoas maravilhosas, Poly, Helder, a irmã do Isaque, Dan, filho da Bráulia, e um garoto e uma garota super engraçados), comemos e tomamos umas geladas. Depois conhecemos um bar de rock, e um garoto hilário daqueles roqueiros do cabelo emaranhado sentou do meu lado. Mais hilário foi os meninos me chamando pra pegar algo no bar só pra despistar o menino. Conversamos e conhecemos mais coisas, e a hora foi passando, a Helen foi se cansando. Fomos a pé até o Copan, um prédio gigantesco projetado por Oscar Niemeyer. No caminho conhecemos um bordel antigo e um lugar onde os homens entram de graça (que contraste!). A Helen chamou-nos um táxi, nos despedimos da galera, e vamos nós embora!

De manhã nos despedimos, oramos com a Helen e a mãe dela, e pegamos um táxi até a rodoviária. Chegamos a tempo de perder o ônibus! Almoçamos, conhecemos o Memorial da América Latina, e partimos de volta para nossa terra! Que baita experiência, que pessoas e que mundo inesquecível! Pena que o céu de lá nunca será tão lindo e limpo quanto o nosso! Mas deixou saudades, São Paulo...

Um comentário:

  1. Eis que te digo. São Paulo é a Capital do mundo. Paia demais estarmos no mesmo lugar mega lotado (#NOT) e nem se esbarrar ou eu derrubar alguma coisa em você! hahaha

    Apareça.

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