quarta-feira, 30 de maio de 2012

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Hoje eu fui acordada por minha mãe pra conversarmos sobre um Ukulele que eu gostaria de comprar. O resultado foi eu chorando em crises logo de manhã. A verdade é que me sinto uma inútil, uma incompetente. Que finjo saber algo pra não dizer que não sei nada. Com essa mania de querer tudo, de querer o mundo, eu não consigo querer nada por tempo suficiente pra dizer "Well done!", "Great Job!", ou qualquer coisa assim. Eu posso listar um milhão de coisas que comecei e não terminei, que empaquei, literalmente. Começando pela parede do meu quarto, que comecei a pintar com a maior empolgação do mundo há 2 anos e agora ta aí, incompleta, não termino nunca. Tem o violão, que comecei a tentar aprender há mais de 4 anos, que vergonha! Eu não saio do lugar, digo que vou estudar, e me pergunto: "Mas como? Devo aprender novas músicas? Devo aprender teoria?" Empaquei. Não tenho dom, vai saber. E ainda quero comprar um Ukulele. De certo acho que vou aprender por mágica ou meditação, só pode. Sem contar que já tentei tocar bateria também, já dancei, já fiz teatro, já andei de skate, já fiz pulserinhas, trabalhei como professora de inglês e deixei. Haha Eu iniciei o trabalho da Avalanche, de evangelismo, não aguentei a pressão, adoeci, desisti. Eu comecei um grupo de palhaços pra hospitais, não quis mais. Larguei. Eu não sei como não larguei a faculdade até hoje, ainda que esse pensamento tenha me passado 359mil vezes. Eu nunca consegui levar pra frente nenhum de meus relacionamentos amorosos. Tudo é tão complicado, tão absurdo. Eu nem sei ser amiga, sério! O que faz um amigo? Tenho certeza que certas atitudes que tenho causam susto nos meus amigos. Não que não ame, mas que não sei ser amiga, fato! Eu canso das pessoas... Já iniciei mil projetos, já tive um trilhão de idéias, sobre trabalho, sobre viagens, sobre pessoas, sobre tudo. Já pensei em escrever vários livros, várias músicas, fazer várias coisas. E quer saber? Nada. Hoje me dá nojo, raiva, agonia, sonhar. Me consome ter idéias, imaginar, fazer planos. Por saber que quase certo que nunca acontecerão de verdade. Enfim, uma incompetente. Pra que comprar um Ukulele? Pra deixar jogado no canto do quarto? Será que é tão legal assim chegar no fim da vida e dizer que já fez de tudo, ou, ao menos, já tentou de tudo? Ou chegar como o atleta, ou o músico, sei la, e dizer que completou a carreira, foi o melhor no que fez? Ok, eu não sei. Sei que a angústia me mata nessa manhã amena. E que problemas tão fúteis... em vez de salvar o mundo, ta aí chorando. E como salvar o mundo? FUCK.

Um comentário:

  1. Arthur Schopenhauer: "Pensemos num homem que diz para si próprio, na rua: «São seis horas; acabou-se o trabalho. Agora posso ir passear, ou ir ao clube; posso também subir à torre, para ver o pôr-do-sol; posso também ir ao teatro; posso também visitar este ou aquele amigo; na verdade, até posso sair a correr pelos portões da cidade, em direcção ao vasto mundo, e nunca mais voltar. Tudo isto depende inteiramente de mim; tenho completa liberdade; contudo, não faço qualquer uma destas coisas; em vez disso, vou para casa, de forma igualmente voluntária,..."

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