sábado, 3 de setembro de 2011

As páginas amarelas da minha alma


Nas páginas amareladas da minha vida, aquelas que estão velhas e apenas quase mortas, guardo memórias de outros dias, dessas e de outras pessoas, dos amores principalmente, das experiências que as páginas não me deixam esquecer, e por isso se tornam inesquecíveis. Digo isso porque eu me esqueço, a saudade não. Leio e releio trechos dos meus sentimentos e das minhas convicções. Leio vozes ao meu ouvido, me enchendo de valor. Vezes de um valor que se acaba, vezes de um valor que vem do próprio Deus. Reencontro amigos e me reencontro redundantemente comigo mesma.

Leio cheiros e sensações. Leio tantas lágrimas, que elas retornam à minha face como se fosse mágica. Me permito percorrer o sentimento de cada linha, revivê-los e deixá-los mexerem comigo. A nostalgia faz transbordar mares de palpitações e apertos no meu coração. Me faz lembrar o quanto quero bem tantas pessoas, o quanto elas parecem fazer parte de mim, o quanto, mesmo que não me lembre sempre, são importantes pra mim.

Essa atividade de reviver através da leitura faz com que o amor dentro de mim, de alguma forma, borbulhe, cresça em tamanho, profundidade, altura, me faça alcançar o céu em minutos e querer compartilhar toda essa alegria em abraços, em ligações, em cartas, em orações. Faz com que eu me aproxime do divino, do incondicional, do eterno e do infinito. Me faz tão bem e me põe bem no meio do meu próprio caminho, me lembrando o quanto já percorri, e que ainda não é o fim. Ainda não é o fim.

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