Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC
5ª Semana
08 e 09 de abril
Que dia gostoso foi esse! Tudo bem planejadinho e agradável, apesar da dor de cabeça constante que me deu o vinho da noite anterior. É, comprar vinho barato dá nisso mesmo, não tem pra onde fugir. Busquei a Amanda e a Pri, e fomos conhecer o Padeiro de Sevilla - http://www.opadeirodesevilha.com.br/ -, uma padaria tradicional no centro de Florianópolis. Lá você pega seu pratinho e se serve sozinho, do que quiser, até se empanturrar, como eu fiz. Ou, se você é mais educadinho e menos fã de produtos de padaria, até ficar satisfeito, belo e não mais gordinho. Comi pãozinhos de queijo, um cookie de laranja com café e um outro pãozinho doce com uma crosta branca, que não sei expressar o nível de delícia que era. Além de tomar um tradicional cappuccino, claro. As meninas com certeza foram mais educadinhas, e ainda ficaram (ficamos) conversando sobre nutrição a manhã toda. Foi legal que eu conheci um conceito que a Pri me introduziu, que até então não sabia que existia, que é da nutrição intuitiva, e/ou comportamental, que consiste em orientar seus hábitos alimentares através da escuta do próprio corpo. Ela se baseia na ideia de que nosso corpo é inteligente, sabe o que precisa, o que está sobrando, ou que lhe faz bem ou mal, e demonstra isso de várias formas, e que devemos nos sensibilizar pra ouvir essas manifestações do corpo, e assim, ter hábitos alimentares corretos, e uma vida saudável. Achei super legal, e decidi introduzir devagarzinho esse conceito no meu cotidiano. Depois do Padeiro, fomos ao Angeloni comprar algo pra não precisar pagar o estacionamento. Tinham umas promoções bem legais, inclusive de mussarela. Mas em Florianópolis, qualquer promoção é uma ilusão, pois mesmo os preços promocionais são sempre maiores que aqueles aos quais estava acostumada. Que cidade cara! Voltamos, deixei a Pri em casa e almocei no Floripa Shopping com a Amanda.
De lá, só troquei de roupa em casa pra viver a experiência mais mágica que esse período aqui na ilha já me proporcionou. Fui fazer um passeio à cavalo na Praia do Moçambique, sob a luz da lua cheia. Achei esse passeio na internet, e nem preciso dizer o quanto me chamou a atenção. Valeu a pena cada segundo e cada centavo! Nos encontramos no Haras Baias de Moçambique, no bairro Rio Vermelho, onde os cavalos já estavam selados. Não demorou pra sairmos, em um grupo de dez pessoas, entre turistas, donos dos cavalos e o pessoal que trabalha no haras. Demos a volta em um condomínio, e logo entramos na mata, uma floresta de pinhos de um visual espetacular, com várias bromélias nos topos das árvores, florzinhas rasteiras, aquele ventinho litoral. Quando não estava contemplativa, de boca aberta e coração cheio de gratidão, estava conhecendo e conversando com meus companheiros de passeio. Duas meninas, Alejandra e Belén, chilena e argentina, especificamente, intercambistas na UFSC; um casal que mora no Rio, ele português, filho de veterinário, e ela, se não me engano, nordestina, com pavor de cavalos, em lua de mel; mais um casal hétero, cuja moça levou um susto quando sua égua, que estava prenha, resolveu dar uma descansada e se deitar no chão; a Duda, o Leniker e mais um rapaz, que trabalham no haras, que conduziam o passeio montados em cavalos ainda no processo de doma; e o Adilson, professor da UFSC, que tem cavalos no haras, pois sua paixão e seu sossego do dia-a-dia é cavalgar. O passeio leva mais de uma hora, e é encantador o tempo todo. Após a floresta de pinhos, alcançamos a praia e começamos a cavalgar beira-mar, enquanto escurecia e a lua dava o ar da graça, iluminando as ondas, que faziam o fundo sonoro perfeito da noite.
Eu não sei exatamente em qual momento, mas uma hora o tempo parou, eu percebi o privilégio da situação, o amor imenso do Pai com sua criação, seus mimos, seu cuidado para comigo, e de gratidão transbordou meu coração em lágrimas. Eu agradeci em silêncio, com os olhos ao alto, pela vida! Aquele momento me transformou, me trouxe a mim, e me curou de toda dor que estava me impedindo de viver plenamente essa oportunidade divina aqui em Floripa. Eu renasci cavalgando à beira-mar sob a luz da lua. Quem não renasceria?
Ao fim do passeio fomos convidados a ficar no haras mais um pouquinho e provar o típico "entreveiro" que, no momento, já cheirava muito bem. Entreveiro, como conheci nessa noite, é uma mistura de carnes, fritas numa panelona de ferro. Tinha suíno, bovino, frango, coração de frango, calabresa, tudo misturadinho com cebola, acompanhados de salada, arroz e uma farofinha. Me sinto em casa nesse contexto rural, então pra mim, tudo foi extremamente agradável. Saindo de lá, ainda dei um rolê de carro pelos Ingleses, Praia Brava, etc. Fiquei rodando e apreciando as paisagens um pouquinho, antes de ir pra casa dormir.
No domingo, fui na Fhop com a Pri e as meninas que conheci no dia do batismo. O culto foi muito bom, o pastor falou sobre jejum, seus conceitos bíblicos, sua importância, e propôs um jejum coletivo para a igreja, a começar dali a duas semanas. Foi simples, claro e sincero, sem pressão. Após o culto, almoçamos todas juntas num buffet livre perto da igreja. Entre garfadas e gargalhadas, conversamos muito sobre a série "13 Reasons Why", que é a polêmica da vez. Foi um papo bem sério pra um almoço de domingo, mas achei importantíssimo conversar sobre suicídio, bullying, procurar ajuda, papel dos professores, etc. Cada opinião me acrescentou um pouquinho de amor e sabedoria. Gosto de companhias assim, que me elevam, e me distraem ao mesmo tempo. Depois disso, levei a Pri em casa, e daí fui fazer minha compra do mês no Fort Atacadista. Fiquei pobre depois disso, cheguei em casa e fiz aquele macarrãozinho estilo "Big Boy", montei um pouco de quebra-cabeça e pus-me a dormir.
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