Diário GforC - Grupo de Formação em Circo/CircoCan
Florianópolis/SC
7ª Semana
21-23 de abril
Florianópolis/SC
7ª Semana
21-23 de abril
Acordei bem cedinho na sexta, tomei banho e fui buscar a mamãe na rodoviária. Quando ainda estava a caminho, ela me ligou, dizendo que já havia chegado. Me aprumei e, quando cheguei lá, ao final do espaço de embarque/desembarque, me deparo com uma loira linda, cabelos soltos, óculos com ar de intelectual, com uma mochilona laranja de trilha nas costas. Era minha mãe, fazendo sinal com os braços pra que eu a avistasse. Estacionei, desci do carro e lhe dei um abraço infinito, inalando profundo aquele cheirinho de casa de vó que estava em suas roupas, e o cheiro inconfundível do seu cabelo macio. Colocamos as malas no carro e fomos tomar café no Café da Mary, sobre o qual já falei aqui. Optamos pelo café colonial, completíssimo, com ovos mexidos, pãezinhos diferentes, presunto, queijo, pães-de-queijo, frutas, cucas, tortas, café, leite, etc, etc, etc. Nos atualizamos e contamos as novidades enquanto apreciávamos a refeição farta. Mary também compartilhou um lugar em nossa mesa, afim de conhecer a minha mãe, de quem eu havia falado anteriormente à ela. De lá, fomos para casa. Subi as malas da mamãe, ela conheceu e gostou muito do apê, e então nos sentamos na cozinha pra falar sobre como havia sido o período dela com a vovó. Choramos juntas, oramos juntas, conversamos muito, e foi um momento precioso entre amigas. Fiz um strogonoff de carne para o almoço, comemos juntas, e então decidimos descansar, já que a mamãe estava muito cansada (eu entrei na onda e não fui para o treino, aproveitando pra dormir com as pernas entrelaçadas nas da mamãe). Quando acordamos, abrimos malas, descarregamos coisas, ganhei presentes de aniversário, organizamos as coisas novas, até decidirmos sair pra passear no final de tarde. As meninas da Fhop me deram a dica de Santo Antônio de Lisboa, e então fomos pra lá. Me encantei pelo lugar e pelo passeio, que se iniciou com um lindo pôr-do-Sol à beira-mar, em meio aos barcos ancorados perto da areia. Andamos até a igreja, galerias de arte, casas de artesanato, padarias, respirando a energia super agradável do bairro e das pessoas por ali. Nos sentamos no deck de um dos restaurantes e pedimos uma moqueca, além de um chopp, enquanto esperávamos a comida. Compartilhamos momentos preciosos ali. Quando a comida chegou, mamãe me surpreendeu, pedindo que eu chamasse o senhor que estava a tocar violão na praça para comer conosco. Ele não aceitou, em um tom um tanto rude, mas não me importei com sua postura, já que o fato da mamãe ter sugerido aquele convite ter sido o que mais me importava no momento. Terminamos de comer, tomamos mais um chopp, e então fomos para casa dormir cedo.
No sábado, tomamos café em casa e fomos cavalgar em Moçambique. Como foi a minha melhor experiência aqui, quis levar a mamãe para experimentar também. Confesso que fiquei preocupada por não ter pensado que a cavalgada era longa e a mamãe pudesse se sentir desconfortável. Mas, aparentemente, ela gostou muito. Fez muitas perguntas ao guia, tirou muitas fotos, e ficou admirando a paisagem. Eu fiquei ansiosa por fazer vários passeios e levar ela pra conhecer um monte de coisa, sem me dar conta de que a mamãe não gosta muito disso, ela curte um sossego, calmaria, descanso. Mas vivendo e aprendendo, nesse dia eu fiz ela passear bastante. Almoçamos na Lagoa, um peixinho frito acompanhado daquela cerveja gelada. De lá, paramos em alguns mirantes, e depois fomos ao mercado, pois a mamãe havia feito uma lista de coisas que faltavam em casa e que ela queria comprar. Eu aceitei e agradeci, minha casinha tá bem mais completa agora! E nem é por causa das coisas que compramos. É porque a mamãe esteve aqui, andou em cada cômodo, passou pela varanda, tomou banho no meu chuveiro, sentou na mesa do café, dormiu ao meu lado na cama, deixou seu cheirinho em cada canto, e fez do meu canto, um lar! Depois da visita dela, me sinto muito mais confortável aqui. No mercado, tomamos um café, e quando voltamos, ainda deu tempo de dar um pulinho na praia e olhar o pôr-do-Sol. À noite, a levei no Showcase da escola, do CircoCan, e ela simplesmente amou! Ficou de boca aberta em cada apresentação, e elogiou os artistas um por um. O que também se deveu ao fato de que eu a apresentei pra todos os meus colegas, amigos e professores, um por um. Quanto orgulho de lhes mostrar a minha mãe, a mulher que eu mais admiro na vida. Estava super excited e orgulhosa por tê-la do meu lado! Ela conversou com várias das pessoas a quem eu a apresentei, e no final, estava até cansada. Em casa, a pedido dela, assistimos um episódio de Bones na Netflix, e fomos dormir.
No domingo, dia 23 de abril, foi o dia que Deus escolheu pra que eu viesse ao mundo, ou seja, era dia de celebrar a vida e agradecer com todo o meu fôlego! E eu já acordei me sentindo extremamente amada pelo "Bom dia" e o "Feliz Aniversário" da mamãe, ao meu lado na cama, com a cabeça em posição lateral, um olho em cima do outro, acomodada no travesseiro. Aqueles olhinhos e o sorriso que lhes faziam companhia, vindos do ser que não cansa de amar. Abracei ela ali mesmo, rolando de um lado pro outro. Daí fui pra sacada, ver o Sol do meu dia, e o parabenizar de Deus, feliz com a sua criação. Eu, mais feliz ainda, por ser amada por Ele. Tomamos café juntas, circundadas por uma atmosfera de amor. Nos arrumamos rapidinho, pois eu tinha que levá-la no aeroporto, já que a passagem mais em conta era no domingo mesmo. No aeroporto, tomamos um cappuccino e eu abracei ela um milhão de vezes, enquanto ela ainda não havia entrado na sala de embarque. Chegou a hora dela ir, e eu a abracei novamente. Após deixá-la, fui ao culto na Igreja no Cinema. Ah, como fui bem recebida por Jesus naquele lugar, como agradeci em melodias pelo dom da vida, pela felicidade que transbordava em mim. Deus falou comigo do começo ao fim, sobre honestidade, principalmente comigo mesma, com aquilo que Ele pensa de mim. Fui ministrada a respeito de auto-estima, algo que há tempo não percebia como estava em mim. E estava mal! Mas o Pai não se cansa de lembrar o quanto nos ama e o nosso valor diante dEle. Ele me ama, o Pai me ama. E importa que eu acredite e assuma aquilo que Ele pensa a meu respeito.
"Bem sei os pensamentos que tenha sobre você. São pensamentos de paz, e não de mal, para lhe dar o fim que tanto desejas." Jeremias 29:11
Para acompanhar essa mensagem, todos os desejos de feliz aniversário me fizeram sentir tão especial, tão querida e amada, que mal podia acreditar em tanto carinho e em tanta gente que me quer bem, e fez questão de ressaltar a pessoa incrível que sou. E digo isso sem um pingo de orgulho, foi mesmo pra me completar com estima, com a certeza de que sou muito amada e de que sou especial. Nesse clima de gratidão e amor, eu continuei meu dia, indo ao mercado comprar as cositas que faltavam para fazer o meu chá de aniversário. Sim, eu convidei meus amigos em Floripa para comemorar o meu dia e a minha vida, com chás, bolos, tortas, música e jogos. Bem a la Luma mesmo, como no convite em anexo. Passei a tarde organizando a casa, o salão de festas, fazendo uma torta salgada com massa de couve-flor maravilhosa, e o famoso e melhor bolo do mundo, de cenoura com cobertura de brigadeiro. Terminei de colocar a cobertura, já tomada banho e cheirosa, às 17:55hs, sendo que havia combinado com o pessoal às 18hs. Depois disso, acendi o palo santo no salão, apertei o play no álbum A Casa é Sua, do Arnaldo Antunes e pus-me a esperar ansiosamente pelos meus convidados, que demoraram a chegar. Com os que vieram, me senti em casa, em boas companhias, conversei bastante, fiz com que eles também se sentissem em casa, brincamos, rimos, e foi bem do jeitinho calmo e agradável que imaginei. Assoprei velinhas, e até coral de parabéns rolou. Depois que eles foram embora, ainda recebi a Mayla louquinha, conversamos bastante e terminamos de comer tudo o que havia sobrado. Quando ela foi embora, eu dei uma organizada em tudo, antes de começar a responder minhas mensagens de aniversário. Gratidão foi a primeira e última palavra e sentimento do dia. GRATIDÃO!
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