domingo, 4 de dezembro de 2011

Tentar dizer o que quero


Na verdade, cansei de procurar frases de outras pessoas, ou mesmo minhas, pra tentar dizer o que sinto. Do que adianta saber? Não quero colecionar estrelinhas que ganhei todas as vezes que sabia o que sentia. Quero viver, deixar de sentir, e talvez sentir denovo. Passar de fase, olhar pra trás às vezes, e até buscar algo que deixei pelo caminho, ou só observar meus passos, mas continuar caminhando pra frente. Quero ver a vida passar com aquela sensação boa que temos quando cortamos o cabelo e escorregamos as mãos nele quando o lavamos pela primeira vez. Quero senti-la doce ao meu paladar, quero saboreá-la por vários minutos e denovo e denovo, até que me sinta satisfeita. Quero sentar na beira do fim do mundo, e respirar a vida. Encher meus pulmões dela, e só pensar nos bronquíolos, nos pulmões inflando, no tanto de vida que entra dentro de mim, e sai, e se renova, e volta. Vida, quero tocá-la com minhas mãos, quero acariciá-la, quero agarrá-la, sentir suas curvas, seus espinhos, sua textura, todos seus segredos. Quero mordê-la até sentir meus dentes se encostando uns nos outros. Quero fechar os olhos e ainda assim me sentir toda na sintonia do amor. Quero abri-los, olhar o mar, e ainda sentir o amor. Quero o amor e a vida correndo em minhas veias. Quero encontrá-los fora, e quero que se encontrem dentro.

Quero o tudo no nada, e o nada no tudo. Quero o mundo atrás do meu polegar, e quero olhar as estrelas e me sentir um grão de nada no Universo. Mas também quero sentir o Universo olhando pra mim, como se eu fosse desse tanto especial. Quero toda harmonia do correr de águas de um rio. Quero essa energia nos olhos de dois cachorros recém-nascidos brincando. Quero também pra minha vida a doçura do cheiro de leite na boca dos pequenos pentelhos. Quero viver a preguiça, e quero também viver o cansaço, a luta e o perdão. A alegria, dessa eu nem preciso falar. É como uma daquelas amigas que sabe que é querida. Daquelas com super auto-estima, que não ficam de mimimi. Ei, eu também quero você. E é a partir daqui que eu me recuso a escrever o turbilhão de pensamentos, pessoas, emoções, saudade, desapego que muita gente já o fez muito bem. Fecho o caderno, crendo ter deixado todos os pensamentos na folha de papel, pra que eu possa voltar a estudar.

2 comentários:

  1. Tia curti o texto, me faz lembrar que psicologia não é dar respostas as pessoas e "mandar" elas fazerem algo, é orientá-las na busca de auto-conhecimento.
    P.s: Tia a nova configuração do blog dificulta minha leitura, as imagens no fundo atrapalham a nitidez das letras que me atrapalham a ler :P

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