Eu gostaria de entender o meu coração.
Gostaria de deixá-lo ir, de me permitir, mas sou arrebatada pelo meu desejo.
Meus desejos tão contrários à minha razão.
Tudo isso me assusta, me assusta esse contentamento descontente.
Queria que fosse feliz, queria praticar o tal do desapego.
Meu coração aperta com sua presença tão inusitada.
Aquieta-se e por vezes chora com sua ausência, mas descansa.
É sua presença que o machuca, pois talvez não foste feito pra você.
Ou por se perceber tão seu.
Por muitas vezes ele se percebe seu, por muitas vezes se trai.
É traiçoeiro, mas em todo o tempo deseja o ver feliz.
Mesmo que não estejas por perto.
Oh coração tão bom, oh desejo tão maluco.
Que o certo disso tudo me leve ao centro do mundo, ao miolo de minha história.
Que um dia tudo isso passe, e que possa descansar no fortinho do seu peito.
Sem pensar no ontem, sem imaginar o amanhã.
Descanso agora, e o deixo ir.
Viva tudo, sinta a fragrância do mundo, e volte se o coração não deixar passar.
Volte pra que outra parte dessa história se inicie, e possamos deixar pra trás tudo o que já se foi.
Já se foi.